A promotora de Justiça Fabiana Lemes Zamalloa do Prado propôs ação de improbidade administrativa contra seis integrantes da Polícia Militar de Goiás envolvidos na “Operação Sexto Mandamento”. Os atos estão relacionados à morte de um morador de Acreúna, que fica no Sul do Estado, a 153 km de Goiânia. São réus na ação o ex-coronel da PM (atualmente na reserva), Carlos César Macário; o major Reginaldo Felisbino Rosa; o 1º tenente Márcio Ferreira Leite, e os soldados Rodrigo Euzébio Pereira e Weber Soares Chagas.
A ação pede a condenação dos réus nas sanções da Lei de Improbidade Administrativa, que prevê perda da função pública, suspensão dos direitos políticos, pagamento de multa e proibição de contratar com o poder público. Também foi requisitado que os réus sejam condenados, solidariamente, a reparar o dano moral difuso e coletivo causado, no valor de R$ 1 milhão. A ação corre em segredo de Justiça.
A Operação Sexto Mandamento foi deflagrada em fevereiro de 2011, a fim de apurar notícias de mortes e desaparecimentos atribuídas a policiais militares. De acordo as investigações, os militares foram apontados como responsáveis pela morte de Deivid Dias, ocorrida no dia 24 de junho de 2010, em Acreúna. Segundo apurado, Deivid foi abordado por uma equipe do Grupo de Patrulhamento Tático (GPT).
Segundo o relato policial, Deivid fugiu assim que avistou a viatura do GPT e conseguiu entrar e esconder-se numa mata. Teria ocorrido, segundo a polícia, um confronto entre a vítima e os policiais, que teriam agido em legítima defesa e acertado dois tiros no rosto da vítima.
Apesar do relato, a denúncia apresentada à época pelo MP foi sustentada por uma série de documentos que comprovaram o crime. No exame cadavérico elaborado em Rio Verde foi apontada a presença de três orifícios de entrada de bala, no entanto, após exumação do corpo, os peritos da Polícia Federal constataram que os dois projéteis alojados na cabeça da vítima sequer foram extraídos pela perícia de Rio Verde.
Além disso, não foi mencionada a existência de um quinto disparo, que atingiu o centro da palma da mão da vítima, o que demonstra típica lesão de tentativa de defesa antes do disparo, a curta distância. Foi omitida ainda a trajetória descendente dos disparos na cabeça, que exprimem, de acordo com a análise, que a execução ocorreu enquanto o abordado encontrava-se dominado e ajoelhado.