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segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Coronel foi "chantageado" para gravar desembargador com câmera na farda da PM

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Quarta-Feira, 27 de Setembro de 2017, 12h:46 

Grupo usou dependência química para fragilizar José Henrique Costa Soares


Da Redação

O tenente-coronel José Henrique Costa Soares, que atuava como escrivão do Inquérito Policial Militar (IMP) que apurava os grampos telefônicos ilegais no Estado, disse ter sido chantageado pelo coronel Evandro Alexandre Ferraz Lesco e sua esposa Helen Christy Lesco para gravar áudios e vídeos que seriam usados para uma tentativa de desqualificar o desembargador Orlando Perri, responsável pelo inquérito. Costa Soares atuou como colaborador das investigações.
De acordo com a decisão das buscas e apreensão e mandados de prisões da "Operação Esdras", deflagrada pela Polícia Civil nesta quarta-feira (27), o ex-secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, apontado como um dos principais protagonistas do grupo criminoso tinha a informação de que o tenente-coronel Soares é dependente químico e seria sócio de uma empresa em que o escritório atuou em processos. Com base nessa informação, de acordo com o desembargador Orlando Perri, o tenente-coronel se tornou “uma presa fácil para o grupo que o chantageou”.
Para o magistrado, o grupo criminoso aproveitou-se as informações privilegiadas para pressionar o oficial da Polícia Miltar. “Todas circunstâncias apontam no sentido de que as situações que fragilizavam o coagido, Soares, foram mesmo passadas por Paulo Taques, cujos segredos – da sabença de ninguém –, recebeu quando patrocinou-lhe a defesa de uma causa na justiça. Conhecendo seu calcanhar de Aquiles, tornou-se presa fácil do grupo, tanto que acreditou na provável invencionice de a Secretaria de Segurança Pública ter posse de interceptações e vídeos que revelavam sua dependência química”, pontuou o magistrado.
Fragilizado, o tenente-coronel Soares aceitou participar do grupo. Uma de suas funções, seria participar de um plano, proposto pela esposa do coronel Lesco de gravar todas as reuniões de trabalho que ele teria com o desembargador Orlando Perri.
Estes encontros seriam usados para pedir a suspensão do magistrado nas investigações dos grampos telefônicos ilegais no Estado. “Então Helen disse que coronel Lesco que estava preso e que precisava resolver essa questão; então Helen pediu para o depoente avisar todo o ocorrido que acontecesse no curso do inquérito policial militar, bem como que monitorasse todos os passos do desembargador Orlando Perri; então o depoente, sentindo-se coagido e receoso do vazamento dessas informações pessoais, aceitou ajudar Helen”, afirmou o tenente-coronel em depoimento a Polícia Civil.
REUNIÃO NO TJ E ESCUTA EM FARDA
No depoimento, ele ainda revelou ter chegado a gravar um áudio de aproximadamente duas horas de uma reunião que teve com o desembargador Perri e a delegada Ana Cristina Feldner. Ele disse ter entregado todo o conteúdo a esposa do coronel Lesco e para seu advogado, Marciano Xavier das Neves, dias depois.
O repasse das informações aconteceu na casa de Lesco, num condomínio de luxo. “Estavam presentes nessa reunião, além do depoente, o coronel Jorge Catarino Morais Ribeiro, o desembargador Orlando Perri,a delegada Ana Cristina Feldner e um assessor do desembargador; então, aproveitou a oportunidade para gravar a reunião em áudio, atendendo as exigências que lhe foram feitas; foram 2hs de gravação em seu celular; segundo encontro com o grupo se deu na casa da Helen e o coronel Lesco continuava preso; na residência de Helen entregou via bluetooth todo o conteúdo da reunião para o celular do advogado do coronel Lesco, Marciano Xavier Neves”, detalhou.
O tenente-coronel, em seu depoimento, também disse que outros dois encontros, já com o coronel Lesco solto, ele pediu para que ele filmasse o desembargador Perri para desqualifica-lo e chegou a pedir para o 2ª sargento da PM, João Ricardo Soler instalasse uma câmera em sua farda. “Diziam claramente que queria que o depoente gravasse qualquer parte de uma conversa, que pudesse comprometer o desembargador Perri; então em uma das reuniões, na terceira ou quarta, o sgto Soler aparece com um equipamento em mãos; então o depoente é comunicado que aquele equipamento deve ser colocado em sua farda, pois precisava de uma imagem do desembargador Perri; reforça que esse encontro foi também na casa do coronel Lesco; diziam que apenas o áudio gravado pelo depoente não era suficiente”, sintetizou.
Em depoimento, o tenente-coronel afirmou não ter usado a câmera instalada em sua farda para gravar o desembargador. Afinal, não houve mais encontros.
A PJC cumpriu 8 mandados de busca e apreensão nesta quarta-feira contra membros – e ex-membros -, do primeiro escalão do Governo Pedro Taques (PSDB), acusados de fazer parte de uma organização criminosa que realizava interceptações telefônicas ilegais no Estado. Foram presos o Secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh-MT), e também coronel da PM, Airton Benedito Siqueira Junior, o ex-Secretário-Chefe da Casa Militar, além de coronel da PM, Evandro Lesco, sua esposa, a personal trainer Helen Christy Lesco, o sargento da corporação João Ricardo Soler, o secretário afastado de Segurança Pública (Sesp-MT), Rogers Jarbas, e o ex-Secretário-Chefe da Casa Civil, e primo do governador, Paulo Taques.
De acordo com a delegada da PJC que preside o inquérito, Ana Cristina Feldner, todos eles são acusados de “obstrução à justiça” nas investigações sobre interceptações telefônicas ilegais com o objetivo de dificultar o trabalho do desembargador Orlando Perri, relator na Justiça da ação


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De acordo com a delegada da PJC que preside o inquérito, Ana Cristina Feldner, todos eles são acusados de “obstrução à justiça” nas investigações sobre interceptações telefônicas ilegais com o objetivo de dificultar o trabalho do desembargador Orlando Perri, relator na Justiça da ação.




Coronel foi 'chantageado' para gravar desembargador com câmera na farda da PM | FOLHAMAX

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