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terça-feira, 3 de janeiro de 2017


Justiça

Procurador do Ministério Público Federal é preso por crime sexual

Ele é lotado em Canoas e o caso tramita em segredo de Justiça. Defesa alega "problemas psiquiátricos".

Um procurador do Ministério Público Federal de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, foi preso pela Polícia Federal há aproximadamente um mês. A reportagem do Diário Gaúcho apurou que Pedro Antonio Roso está detido na carceragem da PF na Capital por suspeita de ter cometido crime sexual. 
A vítima fez um registro de estupro contra ele na Delegacia da Mulher de Porto Alegre. O caso está sendo investigado pelo MPF e tramita em segredo de Justiça no Tribunal Regional Federal da 4ª Região. 
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Em função do sigilo, a polícia, o MPF e o TRF não esclareceram as circunstâncias do crime nem o dia em que os fatos ocorreram. O advogado do procurador confirma a existência da denúncia. Alega que Roso teve um surto psicótico na ocasião da suposta agressão. 
— O que houve com ele foi lastimável, ele tem uma patologia psiquiátrica, já tinha antecedentes (de surto) e está sendo comprovado através da perícia — defendeu o advogado João Jaccottet. 
O Ministério Público Federal confirmou que o procurador está respondendo a procedimentos sigilosos sobre suposta prática de crime comum, mas em função do sigilo informou que não pode confirmar o crime que ele teria praticado. 
A assessoria de imprensa do TRF também certificou que há procedimentos sigilosos que investigam a conduta do procurador, mas a denúncia ainda não foi formalizada. 
A reportagem conversou com um familiar do procurador. Ele disse que soube da investigação, mas que desconhece a prisão.
— Não tenho muito contato com ele — disse o parente.
Laudo psiquiátrico
A investigação foi instaurada pelo MPF a partir da ocorrência policial feita na Delegacia da Mulher. Como procurador da República tem foro privilegiado, ele não pode ser investigado pela Polícia Civil. Por isso, o caso está sendo analisado pelos desembargadores do TRF. 
Segundo o advogado de defesa, os próximos passos do caso dependem do resultado do exame psiquiátrico. Jaccottet espera conseguir que o procurador seja transferido da carceragem da PF para uma clínica psiquiátrica nesta semana.
— O processo está recém iniciando, ele foi submetido a uma perícia, foi instaurado o incidente de insanidade mental, nomeados peritos médicos e psiquiatras. Mas está comprovado e não há dúvida que ele estava em surto — alegou o advogado.
Problemas mentais já foram alegados em outro caso
O procurador da República Pedro Antonio Roso já respondeu a outro processo no TRF por crime de trânsito, desacato e lesão corporal. Segundo o processo, o caso ocorreu em fevereiro de 2004. 
O procurador teria se envolvido em um acidente com um casal em uma motocicleta em Chapecó, no oeste de Santa Catarina, e teria deixado de prestar socorro às vitimas. Ele teria fugido do local com o carro e desacatado os policiais militares que atenderam a ocorrência. 
No dia seguinte, já em Passo Fundo, o procurador foi acusado de agredir um advogado. Os dois fatos foram julgados no mesmo processo.
A defesa alegou que o procurador não prestou socorro às vítimas porque corria o risco de ser agredido pelo motociclista. Com relação ao desacato, a defesa declarou que a conduta dos policiais teria sido ilegal. Quanto à agressão, a defesa afirmou que as vias de fato foram recíprocas. 
Durante o processo, a defesa chegou a instaurar procedimento de problemas mentais alegando que Roso teria problemas psiquiátricos, mas o Tribunal decidiu encerrar o incidente e prosseguir com o caso. 
Cinco anos depois, após uma série de recursos, o TRF condenou o procurador pela prática de lesão corporal e o absolveu pela acusação de desacato. Como os crimes de lesão corporal e de trânsito já haviam prescrito, não havia mais possibilidade legal de puni-lo.
Contraponto
O advogado do procurador, João Jaccottet, defende que Roso teve um surto psicótico e que tem problemas psiquiátricos. Jaccottet alega que a versão da vítima é contraditória e que não está confirmado se a agressão aconteceu.
"O que houve com ele foi lastimável, ele tem uma patologia psiquiátrica, já tinha antecedentes (por surto) e está sendo comprovado através da perícia. Está bem complicada a situação psiquiátrica dele, como já vinha se manifestando há um bom tempo. O processo está em sigilo porque estamos tratando de uma pessoa doente. As pessoas que ocupam cargo público têm que dar satisfação à sociedade. Mas, neste caso, é uma pessoa que tem patologia psiquiátrica e merece ter a privacidade resguardada. O processo criminal foi suspenso em razão da instauração do incidente de insanidade mental. Depois de apurada a doença, o processo continua e vai ser aplicada uma medida de segurança compatível com as necessidades dele."

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