Essa e a verdadeira cara da nossa Segurança Publica

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terça-feira, 27 de novembro de 2012

Relembrando: PM tortura e mata menino


Fora PM da USP 
De 15 anos dentro de casa......

Publicamos aqui matéria do Causa Operária online de dezembro de 2007 sobre jovem de 15 anos assassinato dentro de casa pela Polícia Militar de São Paulo. O caso não é uma exceção, mas mostra o método de ação da instituição 

1 de junho de 2011
Método do braço armado do estado15 anos, pobre, negro, torturado e assassinado
Esta é a justiça brasileira. Apesar de toda a imprensa tentar tratar o caso como isolado a morte do adolescente Carlos Rodrigues Júnior, de 15 anos, em Bauru, a tortura é a maneira que age a direita no Brasil

O caso do adolescente Carlos Rodrigues Júnior que foi torturado e morto em casa, em seu próprio quarto mostra, mais uma vez, a maneira como age a polícia brasileira.
Esta brutalidade é utilizada como método comum, se tornando um fato social no Brasil, apesar de toda a imprensa tentar apresentar com um fato isolado e supostamente condenado pela própria polícia.
O adolescente morava em uma casa de três cômodos em um núcleo habitacional, Mary Dota, sendo pobre e negro, e como a maioria da população, esta na verdade era a acusação e não existe direito para ele.
Filho mais novo de uma família evangélica, parou de estudar no ano passado e tinha planos de voltar a estudar no próximo ano.
Perdeu o pai aos 7 anos e passou a viver apenas com a mãe, Elenice Silveira Rodrigues, de 56, que depende de pensão do INSS, e com a irmã Débora Rodrigues, de 26 anos, que trabalha como costureira.
A irmã do garoto, Débora Rodrigues, de 26 anos, relatou que os policiais chegaram por volta das 3h, quando todos na casa estavam dormindo. “Minha mãe foi direto para a sala. Eles continuavam gritando e a gente viu da janela que eles estavam armados. Aí minha mãe abriu”, desmascarando o suposto argumento de um dos policiais envolvidos de que elas os teriam deixado entrar. “O que ela (a mãe) podia fazer? Eles estavam armados e gritando.” (site: G1).
A irmã afirma que os seis policiais entraram com a arma apontada para ela e para mãe perguntando pelo irmão.
“Eles chegaram às 3h e foram embora às 4h11, levando o meu irmão daquele jeito e, durante todo esse tempo, eu e minha mãe ficamos na sala, impedidas de sair. Protestamos quando ouvimos gritos e gemidos, mas um dos policiais mandou-nos calar a boca e nos ameaçou.” Esse é um dos trechos do relato feito ontem na Polícia Civil de Bauru (SP) por Débora Rodrigues, irmã do menor Carlos Rodrigues Junior. O jovem morreu na madrugada de sábado, segundo laudo do Instituto Médico Legal (IML), em razão de choques elétricos aplicados por policiais militares. (Correio Braziliense 20/12/2007).
Às 4h11 os policiais saíram correndo do quarto com o garoto nos braços e entraram no carro. Relatou ainda que “A gente só soube que ele tinha morrido às 9h30, quando outro policial que não tinha nada a ver com o caso contou para a gente. Eu estava saindo da delegacia seccional e ele falou”.
A mãe afirmou também "O que eles fizeram foi muita brutalidade, foi bárbaro. Tenho certeza de que torturaram. Eu vi no velório, os dedos quebrados".
Fica claro que o garoto torturado e assassinado em casa foi mais uma vítima das atrocidades cometidas pelo estado.

Todo mundo sabe
O diretor do IML (Instituto Médico Legal) da cidade, Ivan Edson Rodrigues Segura informou que a vítima morreu com choques elétricos. “O Instituto Médico-Legal (IML) concluiu que o adolescente Carlos Rodrigues Júnior, de 15 anos, morreu devido a uma parada cardíaca causada por choques elétricos. O laudo deve ser divulgado nesta terça pelo IML de Bauru, a 335 quilômetros de São Paulo, e pode complicar a situação de seis policiais militares que estão presos sob a acusação de torturar até a morte o rapaz.” (O Globo 18/12/2007).
No laudo do IML de Bauru consta que o corpo de Rodrigues Júnior tem queimaduras por choques elétricos que causaram cerca de 30 ferimentos, além de escoriações na face e no tórax e também sinais de espancamento. A causa da morte foi definida como “eletroplessão”. Foram constatados dez das marcas dos choques estão na cabeça -em áreas como pálpebras, orelhas e face - Quatro no tórax e duas no saco escrotal, as outras estavam em áreas como mãos, costas e pé.
Segundo o médico e diretor do IML, Segura, dois dos ferimentos causados por choque são na região mamária e conduziram a corrente direto ao coração, o que provocou a arritmia seguida de morte. Em uma viatura usada pelos policiais foi encontrado um fio descascado nas pontas, que pode ter sido usado para aplicar os choques na vítima.
O comando da PM determinou a prisão dos seis: “Todos os policiais tiveram indícios de participação”, diz o comandante do 4º Batalhão de Polícia Militar do Interior, tenente-coronel José Humberto Nardo.

Quanto mais inocente, pior
A repressão no Brasil é dirigida contra a população pobre, exclusivamente, aos indefesos. A suposta democracia é apenas um verniz em cima de imensas atrocidades.
Este caso veio a somar ao caso da adolescente de 15 anos no Pará que, sob responsabilidade do estado, foi mantida em uma cela com 20 homens pelos quais era violentada sistematicamente.
Nenhum destes casos houve nenhum culpado ou punido e não é um caso isolado é uma forma de funcionamento, a violência e tortura são praticadas em todo o país.
É importante ressaltar a política da direita brasileira, que é defensora de que haja uma perseguição implacável aos “bandidos” e propõe o fim dos chamados direitos humanos para os presos e criminosos e para pessoas apenas suspeitas de crime. Na prática já não existe e querem tornar estas ações legais.


Os que mataram o garoto a choque elétrico em Bauru faz dois anos e pouco logo foram soltos, bem como os que mataram outro adolescente a tiros, e pelas costas, em Piracicaba, meses depois. E não vem agora a PM dizer que o massacre contra o motoboy foi “caso isolado”? E não alegou outra autoridade da corporação que “ah, mas o rapaz estava em alta velocidade, e na contramão”... Ah, bom. E era negro, não?


Carlos Rodrigues Jr; morto em 21/12/2007 em Bauru e sua mãe; abaixo, o laudo médico


Carteira de Trabalho de Henrique Arnaldi, morto em Piracicaba; o pai com o jornal que noticia o enterro
                                 Túmulo de Henrique
Alexandre Menezes dos Santos, motoboy morto em São Paulo







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