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domingo, 10 de maio de 2015

Vídeo mostra PM atirando contra cabeça de ambulante em SP

19/09/2014 16h35 - Atualizado em 19/09/2014 17h25

Morte de camelô com tiro na cabeça faz PM mudar regra de abordagem.

PM foi preso e prestou depoimento na noite desta quinta (18) no DHPP.

Do G1 São Paulo

O momento em que um policial militar mata um ambulante com um tiro na cabeça foi filmado por diversas testemunhas na Lapa, na Zona Oeste de São Paulo. Em uma das imagens (veja vídeo acima reproduzido pela Globo News), uma testemunha registra o camelô Carlos Augusto Muniz tentando retirar um spray de pimenta da mão do policial, que reage atirando.
O caso aconteceu na Rua Doze de Outubro no fim da tarde de quinta-feira (18) e levou a um protesto de camelôs pelas ruas da região.
Diante da repercussão do assassinato, a Polícia Militar (PM) informou que vai mudar a forma de fiscalização do comércio ilegal. Segundo o coronel Glauco Carvalho, comandante de policiamento da capital, serão empregados grupos de policiais na fiscalização, e não duplas, como ocorre atualmente.
Na ocasião, três policiais faziam a prisão de outro ambulante quando Carlos tentou tirar uma lata de spray de pimenta da mão do policial Henrique Bueno de Araújo (veja vídeo acima).
O PM reagiu e atingiu o vendedor com um tiro na cabeça. Ele morreu em seguida. Já Araújo foi autuado em flagrante e indiciado por homicídio com dolo eventual, que ocorre quando se assume o risco de matar. O policial foi levado para o Presídio Militar Romão Gomes. 
O policial, que trabalha há nove anos na corporação, sustenta a versão de que o tiro foi acidental. Em depoimento, ele afirmou que se assustou quando a vítima tentou tirar o gás de pimenta de sua mão e a arma disparou.
A confusão aconteceu durante fiscalização da Operação Delegada. Nesta operação, o salário dos policiais militares é pago pela Prefeitura de São Paulo. Na ocasião, os policiais faziam patrulhamento para coibir a venda de mercadoria ilegal.
Depois do disparo, houve um protesto. Ruas foram bloqueadas, um ônibus foi depredado, cinco pessoas foram detidas por vandalismo e uma por desacato. Todas as pessoas foram liberadas.
Segundo Jadilson Lira, ambulante que falou ao SPTV, os policiais costumam agir com truculência no local. “Eles pegam a mercadoria da gente, batem na gente, correm atrás, o que não tem necessidade”, disse.
PM foi levado a presídio militar
O policial militar que baleou e matou o camelô foi encaminhado para o presídio militar Romão Gomes, na Zona Norte de São Paulo. Nesta sexta-feira, ele deixou o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) após prestar depoimento. Colegas de trabalho do policial dizem que o disparo foi acidental. Testemunhas negam.
Imagens gravadas em celulares por pessoas próximas aos fatos mostram o momento em que os policiais dominam um camelô. Carlos Augusto Muniz se aproxima dos policiais. Não é possível ver o disparo, mas dá para escutar o barulho.
De acordo com dados divulgados pelo SPTV, no primeiro semestre de 2014 foram 163 pessoas mortas por policiais militares na capital paulista. O número supera o dobro do registrado no mesmo período de 2013, quando aconteceram 66 mortes.
A Secretaria de Segurança Pública afirmou, em nota, que não compactua com desvio de conduta de policiais. O caso é apurado pela Corregedoria da Polícia Militar e pela Polícia Civil.
A esposa dele está muito mal, sem explicação, a gente não tem palavras para dizer"
Aparecida Muniz,
tia do ambulante
Enterro no Piauí
A família estave no Instituto Médico Legal (IML) da capital paulista na manhã desta sexta (19) para liberar o corpo de Carlos. O velório e o enterro do ambulante devem ocorrer no Piauí, estado onde nasceu.
“A esposa dele está muito mal, sem explicação, a gente não tem palavras para dizer”, desabafou a tia Aparecida Muniz.

Primo do ambulante, Diego Pereira descreveu o ambulante como uma pessoa tranquila. "Gente boa, humilde, um cara bastante inteligente, bem gente boa mesmo", disse.

Camelô, pichação, ambulante, morto a tiros, pm, centro de sp (Foto: Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo)Frase de protesto na Rua Doze de Outubro. (Foto: Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo)

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