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quinta-feira, 25 de abril de 2013

Massacre do Carandiru:


Polícias condenados a 156 anos de prisão...

A justiça brasileira condenou hoje a penas individuais de 156 anos de prisão 23 elementos da polícia militar que em 1992 participaram no que ficou conhecido como massacre do Carandiru, no qual morreram 111 presos.
Os 111 mortos foram atingidos por 515 disparos, 126 dos quais na cabeça, segundo o relatório dos peritos forenses.
Os 111 mortos foram atingidos por 515 disparos, 126 dos quais na cabeça, segundo o relatório dos peritos forenses.

A sentença, anunciada na madrugada de hoje pelo juiz José Augusto Nardy Marzagão, refere-se à primeira parte do processo, que foi dividido em quatro etapas.
No total serão julgados 79 agentes pelo massacre ocorrido quando a polícia militar entrou na prisão do Carandiru, no estado de São Paulo, para acalmar um motim.
Os 23 polícias eram acusados da morte de 13 dos 111 presos que morreram durante a invasão e foram condenados a 12 anos de cadeia por cada homicídio.
Apesar de a sentença determinar o cumprimento da pena em regime fechado, o juiz permitiu que os condenados recorram da sentença em liberdade.
Outros três réus também julgados nesta parte do processo foram absolvidos.
O massacre ocorreu a 2 de outubro de 1992 quando a polícia invadiu a que era na altura a maior cadeia brasileira para acalmar um motim.
A operação foi comandada pelo falecido coronel Ubiratán Guimarães, condenado em 2001 a 632 anos de cadeia, mas absolvido cinco anos depois sem que tenha chegado a cumprir pena.
Nesta primeira fase do processo, que se prolongou por seis dias, foi ouvido o então governador do estado de São Paulo, Luiz António Fleury Filho, que defendeu em tribunal que a ordem de entrar na prisão "foi absolutamente necessária e legítima".
A acusação sustentou que os 79 polícias dispararam com "intensão de matar" contra os presos que participavam no motim.
Os polícias ouvidos admitiram em tribunal ter disparado, mas todos disseram que não conseguiram certificar-se se os tiros fizeram vítimas porque o pavilhão estava na "penumbra".
Para o ministério público, estes relatos são contraditórios com o grande número de tiros na cabeça registados e com o facto de não terem existido feridos nos pisos onde o corpo de elite da polícia militar não atuou.
Os 111 mortos foram atingidos por 515 disparos, 126 dos quais na cabeça, segundo o relatório dos peritos forenses.
As restantes três fases do julgamento deverão ocorrer ainda este ano, segundo o tribunal.

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