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quinta-feira, 25 de outubro de 2018

#OcupaEscola: Estudante acusa PM de assédio sexual e racismo durante prisão em protesto em SP (VÍDEO)


10/12/2015 10:14 -02 | Atualizado 26/01/2017 22:40 -02
A estudante de Letras Andreza Delgado, de 20 anos, denunciou que foi agredida verbalmente e sexualmente por policiais militares após ter sido presa na última quinta-feira (3), em um ato contra o fechamento e reorganização do ensino estadual de São Paulo. Além de passarem a mão em seu corpo, a estudante afirmou ter sido ameaçada, sendo chamada várias vezes de ‘macaca’ e ‘feminazi’.
“Foi bem violenta a ação da polícia (...). Sofri diversas violências sexuais, racismo, os policiais passaram a mão no meu corpo enquanto me detinham. Falaram dos meus pelos, me chamaram de ‘feminazi’, chegaram a perguntar como um secundarista como fazia pra comer a minha b..., que trariam uma gilete para me raspar.
Falaram que iam cortar as minhas tranças e queimar o meu cabelo, me chamavam de macaca. Foi bem violento, bem truculento. Me senti desumana, saber que estar sendo atacada não só porque você é mulher, mas porque você é negra”.
A detenção de Andreza aconteceu durante uma manifestação na Avenida Faria Lima, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo. Ela e outras duas pessoas – uma delas menor de idade – foram detidas pela PM. O trio foi levado para o 14º Distrito Policial e, no caminho até lá, começaram as agressões e ameaças dos policiais militares – os quais os acusaram pelos crimes de lesão corporal, dano qualificado, corrupção de menor, resistência, desacato e desobediência. Eles foram liberados após uma audiência de custódia.

“Toda a ação foi um abuso, porque foram policiais homens que me prenderam e já começaram a me agredir, me puxando a força e me jogando dentro da viatura. Depois, no carro, eles começaram a me xingar de vagabunda e macaca e diziam que iam me dar uma gilete para depilar meus pelos e cortar meu cabelo (...). Ficavam fazendo pressão psicológica. Pensei, em alguns momentos, em correr para dentro da delegacia para me proteger”, relembrou.
Após a denúncia, feita inicialmente pela estudante em sua página no Facebook, os apoios recebidos foram muitos. Porém, Andreza escreveu que também vem recebendo mensagens de ódio nos últimos dias e, por isso, está fragilizada emocionalmente. “Eu estou muito assustada com isso. É uma humilhação muito grande. Estou com medo de policiais, porque eles têm um comportamento muito arbitrário, principalmente com mulheres e pobres”.

A estudante disse ter feito um boletim de ocorrência contra os policiais no 89º Distrito Policial, no Morumbi, e que passou por um exame de corpo de delito. A denúncia já chegou ao conhecimento do ouvidor das Polícias do Estado de São Paulo, Júlio César Fernandes Neves, encaminhou o caso para apuração da ação dos policiais pela Corregedoria da PM e o Ministério Público. O caso de Andreza é um dos 11 que Neves diz ter em mãos acerca de abusos cometidos pela PM durante os protestos de estudantes em SP.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado informou que a Polícia Militar negou todas as acusações da jovem. No entanto, disse que as “alegações da autora” estão sendo apurada. Ao G1, a Defensoria Pública do Estado de SP informou que tomou conhecimento da denúncia da estudante e que está “apurando o caso e colhendo materiais para tomar as medidas cabíveis”.
(Com Estadão Conteúdo)

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