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quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Comandante da PM se afastou para responder por envolvimento na ‘Operação Quintessência’

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Melo apenas afastou o coronel Frota do comando da PM, mas ele continua investido do cargo
O pedido de afastamento do comando da Polícia Militar, pelo coronel Marcus James Frota, ocorrida na quarta-feira (11/05), surpreendeu a instituição. Ele emitiu nota afirmando que a razão foi “dar mais credibilidade ao inquérito policial” no qual seu nome “é citado”, repetindo que isso se dá no âmbito “do MP”, sigla de Ministério Público, sem especificar se o Estadual (MPE-AM), Federal ou Eleitoral. Trata-se dos ministérios público Eleitoral (MPE) e Federal (MPF), ambos com base na “Operação Quintessência”, que tem vasto material resultante da quebra de sigilos, no período de 15/09 a 12/12/2014.
A “Quintessência” investiga o vereador de Manacapuru Anderson José Rasori, o “Paraná”, Tancredo de Castro Soares, ex-secretário estadual de Saúde, os empresários Orsini Jr. e Francisco Sampaio Nunes, o Chaguinha, além dos coronéis PM Berilo Bernardino de Oliveira, Kennedy Bernardino de Oliveira, Marcos Brandão da Cunha, Raimundo Roosevelt da Conceição de Almeida e o próprio James Frota
A investigação, cujo sigilo foi quebrado, afirma que o esquema objetivava compra de votos para a candidatura de José Melo, no 1º e no 2º Turnos da eleição de 2014, tendo movimentado em torno de R$ 52 milhões. Parte desse dinheiro circulou através dos coronéis.

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PC descobriu que Alexandre (no detalhe, à direita) foi o mentor intelectual do ato em que o militante Hinaldo (detalhe, à esquerda) atirou notas falsas no governador
Estudante e militante político assassinado
Uma parte da PM tentou fazer entender que Frota estaria se afastando pelas investigações do caso em que o militante Hinaldo de Castro Conceição, 20, jogou notas falsas de R$ 100 no governador, dia 1º/02/2016, quando Melo se preparava para reabrir os trabalhos legislativos.
O inquérito policial, da Polícia Civil, revelou que o militante do Partido Democrático Trabalhista (PDT/AM) Alexandre César Ferreira Gomes, 33, foi o autor intelectual do protesto. No dia 16/02, o cadáver do militante foi encontrado num matagal do Puraquequara, Zona Rural de Manaus. Ele também estava envolvido num lucrativo negócio de emissão de Carteiras de Estudantes e o nome do coronel Frota, muito ligado ao governador, foi citado por três dos cinco presos, mas ele não chegou a ser indiciado.

Depoimentos
Frota estaria entre os convocados para depor na “Quintessência”, entre os dias 15/05 e 30/05, pelo MPE, e em vias de ser convocado pelo MPF, que prepara abordagem penal do caso, não querendo comparecer na condição de comandante da PM. “Ele continua investido do cargo, tendo todas as prerrogativas, mas fica afastado temporariamente do comando”, explica uma fonte governamental. O coronel Rubens de Sá Soares, atual subcomandante, assume interinamente o comando da PM.
Veja, abaixo, o decreto de afastamento e a nota enviada à imprensa pelo coronel Frota:frota-decreto

NOTA DE AFASTAMENTO
Em cumprimento às funções públicas do cargo de Comandante Geral da Polícia Militar do Estado do Amazonas (PMAM), venho por meio desta, informar meu afastamento temporário das atribuições de comandante geral, conferidas pelo governador José Melo de Oliveira.
Esta decisão toma por base a postura que sempre adotei diante desta corporação e tem por objetivo trazer ainda mais independência e credibilidade ao inquérito policial em que meu nome é mencionado. Durante as investigações me coloquei voluntariamente à disposição, colaborando e prestando as informações necessárias, inclusive por meio de depoimento formal.
Neste passo em que o inquérito está sob a responsabilidade do Ministério Público, vejo meu afastamento como medida idônea, transparente e responsável, com franca intenção de evitar qualquer suspeita de uso do meu posto ou autoridade para interferir ou mesmo influenciar qualquer deliberação. Esta é uma decisão de caráter pessoal, mas que traduz bem a conduta deste comandante diante dos seus comandados, de conduzir cada sentença com firmeza e coragem.
Agradeço imensamente aos meus liderados, sobretudo a confiança depositada no trabalho até agora realizado por este comando. Estou certo de que cada ponto será esclarecido dentro dos mais rigorosos critérios de apuração contidos no conjunto probatório, agora no âmbito do Ministério Público, a quem deposito irrestrita confiança. Portanto, sigo firme na postura que me foi base de convivência e trabalho até que tudo esteja devidamente esclarecido.
Sem mais, encerro este comunicado ressaltando os valores de justiça, verdade e honestidade que nos acompanham nesta centenária instituição.

Manaus, 11 de maio de 2016.
CEL QOPM Marcus James Frota Lobato
Comandante Geral da PMAM


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