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Condenado por morte de índio Galdino tenta entrar na Polícia Civil

Condenado pelo assassinato do índio Galdino passa em concurso para se tornar policial civil, mas tem posse barrada. Gutemberg e mais quatro amigos de classe média foram responsáveis pelo crime bárbaro que chocou o Brasil em 1997

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Gutemberg [esq] é um dos responsáveis por atear fogo no índio Galdino em 1997. Na época, os jovens justificaram a barbárie dizendo tratar-se de ‘uma brincadeira’ (Pragmatismo Político)
O TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios) negou o recurso de Gutemberg Nader Almeida Junior, de 35 anos, contra um ato que o excluiu do concurso público para o cargo de agente da Polícia Civil do DF. Ele é um dos responsáveis porassassinar o índio Galdino.
Por maioria de votos, a 4ª Turma Cível levou em consideração o fato de que ele reprovado na sindicância de vida pregressa e social, justamente por ter participado do crime.
Ele foi aprovado em todas as etapas de um concurso da Polícia Civil aberto em outubro de 2013. O rapaz havia superado as provas objetiva, física, médica, psicológica e toxicológica. O salário para o cargo de agente de polícia era de R$ 7,5 mil.
Depois de ser impedido de assumir a vaga, o candidato entrou com um mandado de segurança na 5ª Vara da Fazenda Pública do DF, que foi negado pelo juiz. A decisão mais recente se refere ao recurso impetrado na 4ª Turma Cível do TJ. A partir de agora ele só pode recorrer no Superior Tribunal de Justiça (STJ) ou no Supremo Tribunal Federal (STF).

O crime

Gutemberg e outros quatro jovens de classe média de Brasília atearam fogo no índio, que dormia em uma parada de ônibus da W3 Sul. Na época, o então adolescente foi encaminhado para um centro de reabilitação juvenil, condenado a cumprir um ano de medidas socioeducativas, mas passou apenas três meses internado. Na época, Gutemberg foi encaminhado para um centro de reabilitação juvenil, condenado a cumprir um ano de medidas socioeducativas, mas passou apenas três meses internado.
Cometido o crime, fugiram, mas um outro jovem que passava por ali, anotou o número da placa do carro dos assassinos e entregou à polícia. Horas depois, Galdino morreu vítima de queimaduras em 95% do corpo, que foi encharcado por 1 litro de álcool. Galdino chegara a Brasília no dia anterior, 19 de abril, Dia do Índio. Ele participou de várias manifestações pelos direitos dos índios.
com Correio Braziliense
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Comentários

  1. Lucas Oliveira SilvaPOSTADO EM 17/JUL/2015 ÀS 17:08
    Para os que são a favor da redução da maioridade penal, esse é um exemplo claríssimo de que o menor infrator de classe média não vai ser punido.
    • B. FerreiraPOSTADO EM 18/JUL/2015 ÀS 10:38
      Claro!
    • DennisPOSTADO EM 18/JUL/2015 ÀS 16:42
      A maioria dos criminosos menores de idade não são punidos! Pelo menos se fosse julgado como adulto sofreria as sanções do código penal, e não do ECA ;)
  2. João PauloPOSTADO EM 17/JUL/2015 ÀS 17:19
    Achei que a reportagem fosse dizer que a Polícia Civil e o Judiciário estão perseguindo um cidadão que já respondeu por sua "pequena infração". Ufa! Três meses de internação por queimar uma pessoa? Diminuição da idade penal não resolve problema de violência, mas engolir isso é difícil.
    • B. FerreiraPOSTADO EM 18/JUL/2015 ÀS 10:40
      Cara, vc tirou as palavras da minha boca... ou melhor, do meu pensamento!
  3. MaryPOSTADO EM 17/JUL/2015 ÀS 17:22
    E desde quando neste Brasil de colonização e população majoritariamente ariana vocês tem notícia de branco sendo preso ou respondendo dentro dos moldes da lei para estes "crimes"???
    • Luiz SouzaPOSTADO EM 17/JUL/2015 ÀS 17:44
      Brancos brincam; os degenerados cometem crimes porque tem o crime em seu DNA, como Lombroso e Felipe Moura Brasil quiseram demonstrar.
  4. EduardoPOSTADO EM 17/JUL/2015 ÀS 17:24
    Bom. A sociedade vive reclamando que as penitenciárias não ressocializam. O número de reincidência no Brasil é altíssimo. Não temos penas perpétuas. Se ele pagou pelo que fez, merece ter uma segunda chance da sociedade. Esse é o sonho da maioria pobre que sai da prisão, mas não é contratada nem para limpar o chão, infelizmente. Segunda chance. Taxar o cara o resto da vida por isso é imputar a ele uma pena que ele já paga todo santo o dia ao ir a padaria e ser olhado como um eterno assassino. O cara estudou, se esforçou e passou. A sociedade fala em ressocializar, mas não está pronta pra isso. Nem com infraestrutura, nem com mentalidade. Muito menos maturidade. Acho que o brasileiro tem a postura de apontar o outro e dizer: isso tá errado! Não é assim! Mas não costuma fazer uma análise introspectiva. Ele é um assassino? Não! Ele foi um assassino que parece querer melhorar. Não tem mais histórico de envolvimento com crimes. Foi uma história triste que nos ensina muita coisa. A classe média ta recheada com "assassinos" que brigam em baladas, bebem demais, usam drogas e não estudam. Aí vem o problema da falta de educação. Em fim... Essa história vocês já conhecem.
    • Luiz SouzaPOSTADO EM 17/JUL/2015 ÀS 17:42
      Como dizem os porcos da Marginal Pinheiros: tá com pena, leva para casa.
    • Antonio PalharesPOSTADO EM 18/JUL/2015 ÀS 09:07
      Eduardo. Ele é um assassino.Ele não pagou pelo crime cometido.As nossas leis não cobram dos criminosos a exata proporção do mal causado.Da mesma forma que não defendo menores pobres que cometem crimes hediondos,muito menos defenderia jovens ricos que começam o jogo da vida ganhando de dez a zero.Se este facínora cometesse este crime,digamos nos Estados Unidos, o que aconteceria com ele? Falam em chance para este cara. O indio teve chance?
      • Neuza MirandaPOSTADO EM 18/JUL/2015 ÀS 10:05
        A grande questão é essa: ele infelizmente não pagou pelo crime.
    • IranPOSTADO EM 19/JUL/2015 ÀS 13:10
      Boas as suas palavras. Quando o discurso - mais que justo - da ressocialização é adotado por uma sociedade não deve ser um discurso vazio, mas de busca efetiva. Esse rapaz é o exemplo. Até hoje condenamos o que foi feito por ele e seus amigos de infância. Mas perpetuar a pena vai de encontro com os ideais de ressocialização do indivíduo que tanto se prega nesse país. Você está certo. A Justiça está mais preocupada com sua imagem do que realmente em efeitvar o direito. Este é o problema das instituições brasileiras: de tanto falharem e se omitirem, quando é para entregar o que é justo ao cidadão - o direito ao emprego - traveste-se de uma "implacabilidade" inoportuna e demagógica.
    • AndersonPOSTADO EM 19/JUL/2015 ÀS 14:06
      O discurso é lindo, mas...vc o contrataria para trabalhar na sua empresa ou na sua casa?
      • EduardoPOSTADO EM 20/JUL/2015 ÀS 15:06
        Juro por Deus que o contrataria. Sem muita delonga.
    • MirandaPOSTADO EM 19/JUL/2015 ÀS 18:30
      Três messes de internação pagou pelo crime monstruoso que praticou,esse canalha filhinho de papai merecia 40 anos de cadeia sem regalia nenhuma ele e os demais que praticam crimes dessa natureza
    • EduardoPOSTADO EM 20/JUL/2015 ÀS 15:14
      Só pra completar, a sociedade-vamos falar mais da classe média- sonega impostos todo santo ano. Dão os mais variados "jeitinhos". Esse crime, ao meu ver tão tenebroso quando o homicídio, é causa de um rombo milionário nos cofres públicos e que culmina na morte de muita gente. A mesma classe média também não respeita respeita os negros, o pobre e outras religiões que não seja as dela. Então. É muito fácil exigir "justiça" quando o assunto é dos outros. Não estou falando que sou à favor do que ele fez, porque isso é um absurdo. Só acho que a sociedade, muitas vezes sem entender de leis e muitas vezes sem cumpri-las, exige justiça quando na verdade o sentimento é de vingança.
  5. SalomonPOSTADO EM 17/JUL/2015 ÀS 20:38
    Eu estava lá na época. A comoção foi grande. A maioria dos brasilienses não viu nisso nada de extraordinário. Achavam um absurdo que crianças bem nascidas tivessem suas vidas atormentadas por causa da morte de um índio. Um índio! No local onde se deu a brincadeira, o GDF ergueu um pequeno monumento em memória do Galdino. E tudo ficou por isso mesmo. E só foram condenados porque o caso foi parar nas mãos de um juiz singular, que julgou com isenção e técnica. Fossem para o Tribunal do juri, seriam absolvidos, teriam ganhado notoriedade e se candidatado a algum cargo político pelo DEM ou pelo PSDB. Barbárie, fascismo, preconceito e tudo o mais.
    • HenriquePOSTADO EM 18/JUL/2015 ÀS 20:15
      Cara, é muita balela dizer que ninguém se importava com "um índio", e que "tadinho desse jovem lindinho, ele não merece passar por isso, foi uma brincadeira". Com um jovem da favela que estupra é falta de oportunidade, é o sistema, é o diabo a quatro e com os mesmos não devem ser poupados esforços para a suas "ressocializações". Quando é alguém da classe média ou alta, então deve ser escorraçado, punido até o último fio de cabelo. Que senso de justiça medíocre, pífio!! A punição foi feita nos moldes da nossa justiça, que também é nula!! Com a questão da maioridade penal vociferam "informações" que é a pior coisa do mundo, mas agora são a favor de uma punição exemplar?? Não dá pra entender, ou é ou não é! Por mim e por todos que conheço quem dera se este ou qualquer outro assassino tivesse sido punido conforme a gravidade da morte que causou, independente se for negro, baixo, alemão, mulher, índio ou qualquer pessoa! Mas punido mesmo!!
    • PriscilaPOSTADO EM 19/JUL/2015 ÀS 15:24
      Honestamente não sei em que local você vivia em Brasília para dizer uma coisa dessas. A grande maioria das pessoas que eu convivo e conheço sempre achou um crime absurdo. Houve muita apreensão para sabermos se filhos bem nascidos de BSB seriam punidos. E foram, nos moldes de nossa ridícula legislacao. Estudei no mesmo colégio que um deles mas não o conheço. O que escutava, na época, dos outros colegas é que ele não tinha cara de assassino, que era uma pessoa normal, tranquila e isso ajudou a chocar todo mundo. Nunca ouvi de ngm por aqui que esses "meninos" não deveriam ser punidos pq a vítima era um índio. Muito pelo contrário, em depoimento os assassinos tentaram explicar que não queriam queimar um índio e o confundiram com um mendigo. Como se isso amenizasse as coisas. Todo mundo caiu de pau quando isso veio à tona e a minha impressão era a de que seus influentes pais tentaram de tudo pra livrar a cara deles mas a sociedade brasiliense queria vê-los atrás das grades.
    • PriscilaPOSTADO EM 19/JUL/2015 ÀS 15:29
      Quando ele prestou o concurso da PCDF e foi impedido de assumir o cargo a imprensa daqui noticiou e todo mundo já sabia. A notícia já estava nos fóruns de concurseiros on line há tempos. Se ele não fosse impedido várias pessoas iriam entrar na justiça contra a decisão. Esses assassinos não são vistos como bons moços aqui e as pessoas não esqueceram de Galdino.
  6. enganadoPOSTADO EM 17/JUL/2015 ÀS 21:26
    Resumindo: Se o Aópio tem carteira da POLÍCIA FEDERAL (dada pelo vovô Tancredo), pode tudo! Então Gutemberg pode entrar para a polícia e tacar fogo na cadeia. Aqui no BRASIL a PF_DB e o Justiciário_DB já estão devidamente bem comprados pelos ricos, e como índio não gente, APROVADO! Sugestão: Chame o Aópio para ser padrinho do seu anel.
  7. José FerreiraPOSTADO EM 17/JUL/2015 ÀS 22:30
    Ele não conseguiu passar no concurso, mas não tem a conduta ilibada. A Justiça não faz mais do que a sua obrigação. Eu não acho que foi punido o suficiente pelo assassinato, mas infelizmente as leis são brandas aqui no Brasil.
  8. JulioPOSTADO EM 19/JUL/2015 ÀS 22:31
    Bom eu não estou aqui para defender o jovem ai até mesmo porque eu não sou advogado. Mas penso que se ele recorrer ao supremo ele assume o cargo. Pois normalmente nos editais de concursos consta que o cidadão não poder ter sido processado criminalmente e condenando coisa que ele não foi, pois ele era menor e a lei diz que ele cometeu um ato infracional e responde como menor não contando nada em sua ficha de adulto. Como não existe até hoje uma lei que determine que atos cometidos ainda quando menor conste no registro de adulto ele não pode ser prejudicado por algo que não é previsto em lei.No Direito Penal, o princípio da legalidade se manifesta pela locução nullum crimen nulla poena sine previa lege, prevista no artigo 1º, do Código Penal brasileiro, segundo o qual não há crime sem lei anterior que o defina, nem há pena sem prévia cominação legal. Ele até pode demorar alguns anos para assumir o cargo ou assumir com mandado de segurança e quando isso acontecer ele terá direito a todos os vencimentos desde o dia em que ele foi convocado para assumir o cargo. O que significa cometeu um crave erro no passado não pagou como devia vai receber por um trabalho que não fez e vai sair rindo da cara da sociedade. Bom mas eu acho que sonhando todos estes anos com o índio já deve ter feito ele ter se arrependido e pedido perdão pelo seus pecados.
    • LopesPOSTADO EM 20/JUL/2015 ÀS 15:48
      Tenho o mesmo sentimento! Iremos pagar pelos dias não trabalhados dele. No entanto, é a lei!
  9. Naro SolboPOSTADO EM 20/JUL/2015 ÀS 16:03
    Esse pleyba tem todo o direito de prestar concurso público e ser aprovado. Mas o Estado tem a OBRIGAÇÃO de barrar sua assunção de qualquer cargo público.