Essa e a verdadeira cara da nossa Segurança Publica

Essa e a verdadeira cara da nossa Segurança Publica

sexta-feira, 21 de março de 2014

Depoimento de coronel mostra perversidade

Extrema da ditadura, dizem comissões da Verdade em SP........

  • Militar da reserva, Paulo Malhães disse que vítimas da Casa da Morte tinham dedos e arcadas dentárias arrancadas para evitar identificação
Tópicos da matéria:

Publicado:
Atualizado:
 A Casa da morte, em Petrópolis Foto: Custódio Coimbra/22-06-2012 / Agência O Globo
A Casa da morte, em Petrópolis Custódio Coimbra/22-06-2012 / Agência O Globo
SÃO PAULO - Revelado com exclusividade pelo GLOBO, o depoimento do coronel reformado Paulo Malhães é uma mostra do nível de perversidade a que chegaram militares e outros agentes da repressão não só ao torturar, mas ao desaparecer com os corpos. Esta é a opinião dos presidentes das comissões da Verdade de São Paulo, acostumados a ouvir trágicos e violentos depoimentos de vítimas e operadores do regime militar (1964 a 1985).
Malhães prestou um depoimento de 20 horas à Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro, ao qual O GLOBO teve acesso. Ele contou como desaparecia com os corpos das vítimas da Casa da Morte, centro de tortura localizado em Petrópolis que deixou apenas uma sobrevivente. Dedos das mãos e arcadas dentárias eram arrancadas para evitar identificação. Os corpos eram enrolados em plásticos e jogados no fundo do rio, não sem antes ter o abdômen aberto para que, inchados, não boiassem. Malhães confessou que também desapareceu com o corpo do deputado Rubens Paiva. O cadáver tinha sindo enterrado no Recreio dos Bandeiras, mas ele retirou o corpo e o lançou ao mar. Agora, deve repetir o que disse à Comissão Nacional da Verdade (CNV) na próxima semana.
- É o depoimento de um militar que dá a dimensão de até onde eles chegaram durante a ditadura. Uma perversidade extrema. Ele oficializa o que se tem investigado desse período. Começa a ficar claro para a população brasileira o que eles eram capazes de fazer. É uma face oculta e perversa que se revela para uma boa parte da população - disse o presidente da Comissão Estadual da Verdade Rubens Paiva, de São Paulo, o deputado Adriano Diogo.
Discurso de Paiva
Diogo afirma que o deputado assassinado pelo regime será homenageado no ato preparado pelas comissões da Verdade no dia 31 de março. O ato acontecerá diante do prédio do Dops (Departamento de Ordem Política e Social), no centro de São Paulo. O discurso histórico de Rubens Paiva foi feito na madrugada do dia 1º de abril á Rádio Nacional, convocando o povo à resistência.
O presidente da Comissão Municipal da Verdade de São Paulo, o vereador Gilberto Natalini, afirmou que a revelação de Malhães comprova a veracidade dos depoimentos dos ex-presos políticos, como ele próprio. Para ele, setores da sociedade têm dificuldade de acreditar na perversidade do regime militar e em atos cruéis que marcaram as prisões e as mortes de brasileiros.
- É uma monstruosidade. Eles sabiam ser cruéis e eram bem treinados não só na tortura como no desaparecimento dos corpos. Esse depoimento legitima tudo o que disseram e o que dizem os ex-presos políticos, eu inclusive, que fui preso e torturado - disse Natalini.
Novo depoimento
Integrante da Comissão Nacional da Verdade, o ex-ministro da Justiça José Carlos Dias afirmou que, na próxima semana, a CNV vai ouvir um novo depoimento de Malhães. Ele participa ainda, na segunda e terça-feira, de reuniões públicas e restritas com a Comissão da Verdade do Rio para tratar desse tema.
- Prefiro esperar o depoimento para falar sobre o que o coronel disse, mas acho tudo isso uma barbaridade.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/depoimento-de-coronel-mostra-perversidade-extrema-da-ditadura-dizem-comissoes-da-verdade-em-sp-11944707#ixzz2wd3jLerp 

Nenhum comentário:

Postar um comentário