CASO GILSuspeitos podem ligar atentado a delegado com o roubo de cigarros
O atentado teria ocorrido por desentendimento entre quadrilhas na divisão do dinheiro
Da Reportagem
Novas denúncias poderão causar uma reviravolta no quebra-cabeça em que se transformou as investigações do atentado contra o delegado Roberto de Almeida Gil e envolvimento de policiais civis e militares com o crime organizado. Uma ou mais pessoas do grupo de oito suspeitos que faltam ser interrogados pela justiça poderão revelar que o motivo da tentativa de assassinato ocorreu "por desentendimento entre quadrilhas na divisão de dinheiro", envolvendo o delegado no "Escândalo do cigarro", uma receptação de mais de 2 mil caixas, ocorrida em novembro de 1.995. Com essa denúncia, os acusados pretendem mudar os rumos das investigações, transformando o delegado Gil de vítima a réu. Dos 18 suspeitos, a ex-escrivã de polícia e advogada Izabel Cuim de Brito foi a única indiciada no "Escândalo do Cigarro". A expectativa é de que uma outra pessoa ligada ao "Escândalo dos Cigarros" seja orientada a depor, citando o delegado Gil como participante do contrabando e não da apreensão. Policiais civis que trabalham na investigação do caso Gil também não descartam esse possibilidade. Para o delegado Gil, ouvido ontem de manhã, esse tipo de prática já foi detectado em outras investigações e a finalidade é tumultuar o processo. "Não existe nada de verdadeiro relacionado com um acerto de contas no passado. No caso dos cigarros, o inquérito já foi concluído e não tive nenhuma participação", sustentou. O marido da ex-escrivã, o fazendeiro Antônio Laranja, e o irmão dela, Antônio Carlos Cuim, foram citados no caso, mas não foram indiciados. Laranja foi interrogado e negou tudo. Cuim ainda não se apresentou à polícia. Izabel também já depôs e não relacionou os dois casos. "O casal negou a participação na tentativa de homicídio e não falaram nada sobre o caso dos cigarros", explicou seu advogado José Marcílio Donegá. CAÇADAToda a polícia foi mobilizada para prender o comerciante identificado como "Wilson", morador no Jardim Itália. De acordo com as investigações, ele tem amizade com o capitão PM Carmo. Fazem parte da lista dos suspeitos com a prisão temporária decreta e que não se apresentaram nem foram presos, mais oito pessoas. A polícia também está na captura do policial civil Luís Carlos Siqueira e o ex-policial civil Antonio Carlos Cuim, que se encontram foragidos.
Ex-policial civil poderá se apresentar ainda hoje
Da Reportagem
O ex-policial civil Antônio Carlos Cuim deverá se apresentar à polícia assim que a prisão temporária de sua irmã, a ex-escrivã de polícia Izabel Cuim de Brito, e o marido dela, o fazendeiro Antônio Laranja, for revogada. A informação é do advogado José Marcílio Donigá. Segundo ele, isso poderá acontecer hoje ou até na próxima segunda-feira. "O casal não tem mais necessidade nem motivo de ficar preso. Vou argumentar isso para a juíza Maria Terezinha Ferreira, da 1ª Vara Criminal", completou. Antônio Carlos Cuim foi condenado a três anos de prisão por receptação de veículo furtado no início de 1.994, pela comarca de Jaciara. Na época, ele comprou um Ford Pampa furtado numa cidade do interior de São Paulo. Após esse crime, ele foi julgado pelo Conselho Superior de Polícia Civil Judiciário e acabou sendo exonerado no ano seguinte. Cuim, que está na lista dos suspeitos do atentado contra o delegado Gil, causou confusão até entre a polícia e o Ministério Público. Ele foi confundido com o cunhado, o fazendeiro Antônio Laranja, o "Toninho Laranja", marido da ex-escrivão de polícia Izabel Cuim de Brito, todos com a prisão temporária decretada. No mandado de prisão de Cuim constava o apelido de "Toninho Laranja", que foi interrogado anteontem de manhã. Na Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos (DERFVA), onde estão os presos que não são policiais.
Policiais foram envolvidos no caso do roubo de cigarros
Da Reportagem
Pelo menos 12 pessoas tiveram prisão preventiva decretada - sendo sete policiais civis - na receptação de duas carretas com cigarros no Posto Bacana, no dia 6 de novembro de 1.995. Em abril do ano passado, apenas dois policiais _ Jorge Luis de Souza Moraes e sua esposa Eliete Barbosa_ foram inocentados. Os demais, entre eles Izabel Cuim de Brito foram exonerados. O delegado Roberto de Almeida Gil chegou a ser citado, mas nada foi provado contra ele. A carga, com cerca de 2.000 pacotes de cigarros, foi entregue no mesmo dia no Posto Tigrão, no bairro Tijucal, em Cuiabá, onde teria sido recebida pelo irmão de um ex-agente policial. Um carro da Divisão Anti-Seqüestro chegou a escoltar a carga. Metade foi descarregada num escritório no bairro Areão e o restante numa residência no bairro Tijucal. Após a divisão das caixas, cada um vendeu seus pacotes com o produtos em bares e lanchonetes, chamando a atenção dos comerciantes e a distribuidora da marca Souza Cruz. No dia 13 de novembro, agentes da Delegacia de Estelionato apreenderam 940 caixas do produto após receber uma denúncia anônima. Os cigarros foram conferidos e entregue à distribuidora da empresa em Várzea Grande. O inquérito policial foi instaurado pela Delegacia Municipal de Jaciara, onde aconteceu uma das audiências. De acordo com informações da Justiça, Izabel Cuim não compareceu.
FATALIDADE
Pista molhada provoca acidente e morte na 163
PEDRO RIBEIRO Da Sucursal de Rondonópolis
A chuva fina e a pista escorregadia foram apontadas como as causa mais prováveis para o acidente que matou uma pessoa na tarde da terça-feira, no KM 4 da BR-163, na divisa de Mato Grosso com o Estado de Mato Grosso do Sul. A vítima, o lavrador Mauro Elizeu Arcanjo (42), casado, residente em Ji-Paraná, Estado de Rondônia, viajava como caronista em um dos veículos envolvidos no acidente. Segundo o boletim de ocorrência da Polícia Rodoviária Federal, o caminhão Mercedes Benz 1113, placas AW-9682, de Cuiabá, propriedade da empresa Balau, que estava sendo conduzido por José Vieira de Santana Filho (34), no sentido Rondonópolis/Campo Grande, derrapou na pista, invadiu a contra mão e acabou batendo de frente com a carreta Scania, T-113, placas HQR-9750, de Campo Grande, da Transportadora Simarelli, conzudia por Pedro Rodrigues da Conceiç`ao (41), que vinha de Paulínea para Cuiabá. Na colisão, o motorista da carreta sofreu lesões leves enquanto José Vieira, condutor do caminhão, sofreu lesões graves, sendo enviado a um hospital da cidade de Sonora, juntamente com seu caronista. Em Sonora os médicos orientaram a retirada de Mauro Elizeu para a Santa Casa de Rondonópolis. Ele foi então removido, mas poucas horas depois, não resistindo aos ferimentos, acabou morrendo. Os patrilhneiros que estiveram no local do acidente ouviram o motorista da carreta, Pedro Rodrigues da Conceição (41), residenre em Cuiabá, que afirmou não ter tido tempo de evitar o choque. Ele disse que oc aminhão derrapou na pista molhada e invadiu a pista contrária, sem que houvesse chance de fazer algo para evitar o acidente. Naquele local, próximo à divisa com o Estado de Mato Grosso do Sul, o DNER vem desenvolvendo um trabalho de recuperação da pavimentação e por isso foi jogada ali uma lama asfáltica para corrigir os buracos na pista, deixando-a escorregadia e sem sinalização.
CARGAS
Assaltante diz que quadrilha vem atuando em vários estados
Da Reportagem
O desempregado Wilson Farias Marmudi, 30 anos, preso em flagrante sob acusação de roubar dois caminhões com cigarros avaliados em cerca de R$ 3 milhões, revelou à polícia que faz parte de uma quadrilha do Estado de São Paulo e que age também em Goiás no roubo de cargas e carretas. Disse ainda que alguns integrantes foram recrutados nos municípios de Primavera do Leste e Campo Verde, em Mato Grosso. Marmudi foi preso na última segunda-feira à noite e outro integrante da quadrilha pode ter o mesmo destino. As carretas foram recuperadas, mas com apenas parte da carga. Ao ser ouvido pelo delegado Percival Lopes, Marmudi disse que tudo não passou de uma farsa e que haviam aplicado o golpe do seguro. Mas ao interrogar os dois motoristas e a equipe de escolta, o delegado descobriu que Wilson Marmudi estava mentindo. Ao ver que a mentira não tinha surtido efeito, o assaltante acabou revelando detalhes da quadrilha. De acordo com as vítimas, elas foram rendidas na última segunda-feira, no quilômetro 50 da BR-364, por quatro homens ocupando um Santana e uma picape S10 Blazer. O assalto aconteceu num trecho próximo ao município de Pedra Pedra, onde o asfalto é irregular. Os assaltantes, armados com metralhadoras e que estavam na picape renderam três pessoas que trafegavam num Gol verde e faziam parte da escolta. Depois de interceptados, foram levados para um matagal, onde ficaram sob a vigilância de um ladrões. Depois fecharam as carretas e renderem os motoristas Paulo Henrique Rodrigues de Lima, do caminhão com fumo, e Mamed Abes Filho, do outro veículo. As vítimas foram levadas para o cativeiro onde ficaram sob a mira das armas até que as cargas foram trocadas para outro veículo. De acordo com um dos integrantes da equipe de escolta, o segundo caminhão foi recuperado graças ao sistema "rodosat" - rastreamento via satélite - que indica a localização do veículo. Anteontem de manhã, um outro caminhão carregado com pacotes de fumo foi apreendido pela Polícia Rodoviária Estadual (PRE), num Posto de Combustível na rodovia Mário Andreazza, em Várzea Grande.
Assaltantes não obedeceram ordens e foram perseguidos
Da Reportagem
A polícia descobriu que o Santana e a picape S 10 Blazer usados no assalto às carretas não foram furtadas nem roubadas, que pertence aos integrantes da quadrilha. Para o inspetor Marcão, da Polícia Rodoviária Federal (PRF), esse detalhe pode levar a polícia a elucidar mais rapidamente o roubo. "Vamos ter novidades nas próximas horas porque o levantamento desses dados está bastante adiantado", observou. O inspetor explicou que o outro assaltante que trocou tiros com os patrulheiros Luciana e Capelo pode estar na região. "Eles fugiram no mato fechado. E mato é mato", comentou. Segundo o inspetor, Wilson Farias Marmudi estava em companhia de um cúmplice dirigindo o caminhão, placas LYO 6713, carregado com cigarros. A dupla foi perseguida pelos patrulheiros, pois não obedeceram a ordem de parada numa barreira. Armados com pistolas e revólveres os assaltantes atiraram nos policiais, que revidaram. A perseguição entrou pela avenida principal do município de Campo Verde, assustando os moradores. A troca de tiros continuou numa estrada de terra por cerca de 25 quilômetros. "Eles não acertaram os policiais porque o caminhão é baú e os assaltantes não tinham visão da viatura", completou.
ASSALTOS
Moto-taxista é preso por agentes da Roubos e Furtos
Da Sucursal de Rondonópolis
Agentes da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Rondonópolis, depois de três dias de investigações, conseguiram prender aonteontem o moto-taxista Jair Siqueira (30), casado, residente na rua Poxoréo, 214, área central da cidade, que se beneficiava da condição de moto-taxista para atrair e assaltar suas vítimas. Segundo informaram à Polícia os aposentados Joventino Costa Vila (62), residente no Parque Universitário e Isaías Ferreira Neves (76), residente no sítio "Cachoeirinha", na zona rural, o moto-taxista Jair Siqueira, sob a mira de uma faca, os teria assaltado, depois que eles locaram a moto do assaltante para viajar. Juventino Costa contou que pegou a moto de Siqueira, por volta do meio dia da segunda-feira na Praça Brasil, área central de Rondonópolis, para ir até a sua casa, na periferia da cidade. Quando chegou nas proximidades do hospital Paulo de Tarso, num local deserto, o motoqueiro entrou em um matagal, sacou de uma faca e anunciou o assalto, levando 100 reais do aposentado. Pelo mesmo drama passou Isaias Neves, que disse ter pego a moto de Jair no centro da cidade, sendo assaltado por ele em um local deserto, depois de ter sido intimidado com uma faca. De Joventino o moto-taxista roubou R$ 50,00. ALém dos dois aposentados, Siqueira foi reconhecido também por Salvador Lopes do Nascimento (45), residente no Jardim Liberdade, de quem ele teria roubado R$ 80,00. Salvador esteve na DERF e reconheceu o motoqueiro. Segundo ele, pegou a moto para ir até sua casa e, em dado momento, Siqueira simulou um defeito na moto, parando em um local deserto. Salvador disse então que ria embora e tirou do bolso a carteira para pegar o dinheiro e pagar a corrida. Nesse instante, Siqueira tomou a carteira da vítima, montou na moto e fugiu. Ao delegado Sebastião Lopes, adjunto da DERF, Jair Siqueira confirmou ter praticado os assaltos, afirmando que sempre dava um "branco" na cabeça dele quando saia com os passageiros. Siqueira, que já foi indiciado por crime de estelionato, foi mais uma vez autuado em flagrante, ele agora ficará a disposição da Justiça. |  |
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