Familiares de jovens agredidos denunciam violência policial
Policiais militares espancaram uma adolescente de 15 anos e agridem outros dois homens durante a madrugada de quarta-feira

Segundo as vítimas, três policiais, um deles encapuzado, desceram da viatura, renderam os jovens e iniciaram as agressões
Familiares de três jovens de 15,18 e 22 anos denunciam três policiais militares da Força Tática por agressão e tortura. O crime teria acontecido na madrugada da última quarta-feira, na comunidade Jesus me Deu, na Zona Norte, onde o trio foi agredido com socos, pontapés e pauladas.
Segundo as vítimas, três policiais, um deles encapuzado, desceram da viatura, renderam os jovens e iniciaram as agressões. Todos eles ficaram com hematomas pelo corpo. “Quero que a justiça seja feita”, afirmou a mãe da adolescente, Maria das Graças Nascimento Coelho, 37.
A ação foi gravada pelas câmeras de segurança de uma pizzaria que fica próxima ao local. As imagens mostram o momento em que os PMs descem da viatura e abordam primeiro o auxiliar de padaria L.F.C.P., 22. Ele é empurrado para a parede de uma mercearia e agredido com tapas e pontapés.
“Eu estava lanchando aqui na frente quando eles chegaram e mandaram eu ir para parede e já foram me batendo. Não me revistaram, nem me algemaram e mandaram eu ajoelhar”, disse a vítima. Ainda segundo o jovem, um dos policiais pegou um pedaço de madeira e bateu pelo menos 16 vezes nas costas e nas nádegas. “Não tinha motivo para eles fazerem isso. A gente não estava fazendo nada de errado”, afirmou.
A versão foi confirmada pela adolescente C.C.S, que disse ter levado 20 pauladas. Ela também foi agredida com tapas nas costas, obrigada a tirar a roupa na frente dos militares e depois a obrigaram bater nos colegas.
“Eles mandaram eu ficar sem roupa e mandaram eu me abaixar. Um deles chegou a encostar o cuturno nas minhas partes íntimas, mas eu levantei. Depois eles mandaram eu bater nos meninos, senão eu ia apanhar mais. Tive que bater”, contou a menina que para sentar, precisa usar uma almofada, já que os glúteos dela também ficaram com muitos hematomas.
Os moradores do local disseram estar amedrontados e revoltados com tanta violência e afirmam ter medo que cenas como essa voltem a se repetir no bairro. “Isso nunca aconteceu aqui e a gente não entende o porquê deles terem feito isso. Estamos com muito medo”, disse uma mulher que preferiu não se identificar.
O caso foi registrado no 18º Distrito Integrado de Polícia (DIP), no Novo Israel, Zona Norte. Ontem, as vítimas também denunciaram o caso à Corregedoria.
Vítimas ouvidas
O corregedor auxiliar da Polícia Militar coronel Euler Cordeiro disse que a denúncia chegou à Corregedoria na manhã desta quinta-feira (7), por meio das vítimas. Elas foram ouvidas pelo oficial do dia que tomou o depoimento delas e diante da gravidade do caso foi encaminhado ao Comando Geral da Polícia Militar para que seja instaurado um Inquérito Policial Militar (IPM).
De acordo com Cordeiro, as vítimas foram submetidas a exame de corpo de delito quando foram a corregedoria. As vítimas apresentaram fotografias das lesões causadas pelo espancamento. Na corregedoria foi instaurada uma sindicância para verificar a conduta disciplinar dos policiais envolvidos e foi solicitado o afastamento dos policiais autores da agressão.
Para o corregedor auxiliar, a ação dos policiais pode ser vista no mínimo como lesão corporal, mas também como tortura ou abuso de autoridade. “Nós estamos trabalhando para identificar a guarnição e intimá-las a prestar depoimento”, disse o corregedor .
Nossos filhos nem comer mais pode... Só porque é zona leste... Pensam logo que é ladrão, bandido... Um absurdo! Sem condições de ver esse video... Penso logo no meu filho...
Marcos indignado
09 mai 15, 8:18 am (há cerca de 132 dias, 3164 horas)
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Covardes, arrogantes e despreparados. Porque isso? De onde esses maus policiais tiram esses procedimentos ou acham que alguém em sã consciência vai achar essas ações legítimas? Seja como for, a repercussão desse caso irá garantir punições a eles somente por cobrança da imprensa e da opinião pública. Além disso, são dois soldados e um cabo. Na ala dos oficiais, outros crimes caem no esquecimento e na conivência do comando "que não passa a mão na cabeça de ninguém". O assassinato da Soldado Leydinina Luciana Silva de Araújo, morta aos 19 em 2010 pelo então namorado que era tenente e hoje encontra-se em uma patente superior, tendo sido garantido ao mesmo, todas as promoções previstas aos oficiais sem sequer ter sofrido nenhuma reprimenda por esse assassinato. E aquele oficial que estava recebendo sexo oral de outro homem dentro de seu veículo, fardado, e devidamente fotografado? Nada. Não aconteceu nada. E fora esses dois casos, a sociedade amazonense vem assistindo com o passar dos anos ver casos de coronéis, major e etc. cometendo crimes impunimente e ainda sendo premiados com cargos de confiança sem que os governadores que os presenteiam com essas benesses, se importem com a opinião do povo que os elegeram. Só Deus sabe o motivo pelo qual este senhores tem tanta consideração das esferas mais altas dos governos.
Eu acho q tem q apurar sim é claro q não justifica mas esses profissionais tem q ser mais valorizados sim e combater o crime na nossa cidade
Mário Lúcio da Silva
09 mai 15, 5:07 pm (há cerca de 131 dias, 3155 horas)
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Enquanto ativista dos direitos humanos inclusive na condição de membro do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana do Governo do Estado do Amazonas, venho manifestar meu profundo repúdio com a abordagem policial e práticas de tortura utilizadas por pessoas indignas de figurar nos quadros da Polícia Militar do Amazonas. Ciente de que providências na esfera criminal e administrativa estão sendo tomadas para punição exemplar dos responsáveis espero em Deus que tais atos de barbárie não se repitam
Desde criança ouço minha mãe dizer: SE NÃO EDUCO EM CASA, NA RUA QUEM VAI EDUCAR É A POLÍCIA"
Rápidinho os três viraram "adolescentes inocentes" às 2h da madrugada estudando em grupo na rua...
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