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sábado, 25 de julho de 2015

Corpo De Três Parentes De PM Mortos a Tiros São Velados Em Goiás.


Corpos dos três parentes de PM mortos a tiros são velados em Goiás
Policial está preso suspeito de matar sogros e cunhado e balear a mulher. Velório acontece na Câmara Municipal de Santo Antônio do Descoberto.
03/01/2015 13h12 - Atualizado em 03/01/2015 13h12
Por Elisângela Nascimento
Do G1 GO
O velório dos sogros e do cunhado do policial militar Hélio Costa Vieira, mortos a tiros em Goiânia, acontece sob forte comoção, neste sábado (3), na Câmara Municipal de Santo Antônio do Descoberto, cidade goiana do Entorno do Distrito Federal. O PM, de 36 anos, está preso suspeito de cometer os crimes após uma discussão. Os corpos chegaram à cidade por volta de 1h e, mesmo de madrugada, muitas pessoas foram prestar as últimas homenagens às vítimas.
Os sogros do PM, o policial militar aposentado Raimundo Nonato da Silva, 54 anos, e Maria Margarete da Silva, 45, e um filho deles, Maximus da Silva, 11, foram assassinados na madrugada de sexta-feira (2), no Setor Rio Formoso, na capital. Eles moravam em Santo Antônio do Descoberto, e passavam o réveillon na casa do policial, onde acabaram mortos. O enterro está previsto para acontecer às 16h.
Raimundo Nonato tinha sete filhos, entre eles, a mulher do suspeito, Sarah Silva Vieira Costa, 23, que também foi atingida por um disparo no braço. Ela foi socorrida e encaminhada para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), onde passou por cirurgia. A unidade de saúde informou ao G1, nesta manhã, que a paciente respira sem a ajuda de aparelhos e seu estado de saúde é considerado regular.
Com o mesmo nome do pai, um dos filhos do policial aposentado mora em Senador Canedo e cobrou justiça durante o velório. "Uma perda inestimável porque meu pai sempre trabalhou pelo estado, aposentou", lamenta Raimundo Nonato.
Segundo parentes, o policial aposentado, que trabalhava em uma rádio da cidade e tinha um site de notícias, pretendia se mudar com a família para Goiânia depois das festas de fim de ano. O objetivo era ficar mais perto da filha Sarah, porque sabia que ela era agredida pelo marido.
Raimudo Nonato, Maximus e Maria Margarete foram mortos a tiros (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)Raimudo Nonato, Maximus e Maria Margarete foram mortos a tiros (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Irmã de Maria Margarete, Sandra Silva relatou que o relacionamento entre o sogro e o genro era complicado. “Eles nunca se deram muito bem. Mas, aos poucos, a Sarah foi conversando com eles e criaram uma amizade, entre aspas”, disse.
Ainda segundo Sandra, Hélio era violento com a esposa. “É triste até de falar. Ele batia nela direto, bastante turbulento. A gente falava para ela largar, mas ela largava e voltava. E a gente sabia que isso um dia iria acontecer, pois ele é violento”, afirmou.
A tia pede que o policial seja punido pelo crime. “Ele tem que ficar preso, pois uma pessoa dessa não tem condições de ficar solta”, desabafa.
Durante o velório, moradores de Santo Antônio do Descoberto que conviveram com a família assassinada estavam muito abalados com o crime e comentaram que o policial aposentado era uma pessoa muito querida na cidade.
Fuga e prisão
Imagens de uma câmera de segurança registraram o momento em que uma pessoa que, segundo a Polícia Civil, é o policial militar Hélio Costa Vieira, deixa a própria casa, após os sogros dele e o cunhado terem sido mortos (veja vídeo ao lado). O PM aparece no vídeo levando para o carro a mulher, que foi baleada, e os três filhos do casal, que teriam presenciado as mortes, mas não foram feridos.
De acordo com a polícia, as imagens mostram o policial abre o portão da casa e, depois de cinco minutos, ele leva a mulher e os filhos para o veículo. O homem volta a aparecer na entrada da garagem, liga o carro, tira o veículo e fecha o portão. Em seguida, sai dirigindo. A polícia chega 9 minutos depois ao local.
O suspeito teria deixado a mulher ferida em um hospital no Jardim Planalto, em Goiânia, e fugiu com os três filhos do casal. No entanto, foi detido em uma barreira policial a cerca de 100 km da capital, na cidade de Goiás.
Brigas
Vizinhos do casal, que não quiseram gravar entrevistas, relataram já terem ouvido diversas brigas dentro da residência, mas não acionaram a polícia. Familiares confirmam o relacionamento conflituoso. “Ele tinha sim um histórico e ele era bastante agressivo. E eu acho que isso foi o estopim”, disse um parente que não quis se identificar.
Sarah Vieira da Costa também foi baleada pelo PM, em Goiânia (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)Sarah Vieira da Costa e o marido Hélio
(Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Segundo a Polícia Civil, Hélio Costa Vieira estava de folga quando houve uma discussão dentro de casa e ele acabou disparando contra os parentes, usando duas armas. “Ele alega que o sogro tentou agredi-lo com uma faca e, nesse instante, ele teria efetuado um disparo. A partir daí, ele alega que não se recorda mais de nada. Inclusive uma faca foi encontrada no local e ele [Hélio] apresentava um corte no dedo”, relatou o delegado Fábio Meireles, responsável pelo caso na Delegacia de Investigações de Homicídios (DIH).
Após ser preso na cidade de Goiás, Hélio foi encaminhado para a DIH, onde prestou depoimento, e, em seguida, levado para o Presídio da Polícia Militar, onde segue detido.
As armas usadas pelo PM, um revólver calibre 38 e uma pistola .40, foram apreendidas e passarão por uma perícia. O delegado Fábio Meireles disse que agora pretende ouvir familiares e testemunhas para esclarecer a motivação do crime e que tem 10 dias para a conclusão do inquérito. A mulher do suspeito, que está internada, deve ser ouvida assim que se recuperar.
Os filhos do policial foram levados para a casa de parentes.
Afastamento
Conforme a Polícia Militar, o suspeito já havia sido afastado da corporação há cerca de dois anos por problemas médicos, mas não soube precisar se foi por questão psicológica ou física. “Há dois anos, nós temos o último afastamento médico dele, mas não tenho na ficha individual dele se seria por um problema psicológico ou ortopédico”, disse o comandante do policiamento da PM, coronel Divino Alves.
Ainda segundo ele, o estresse vivido pelos policiais militares não justifica o ato supostamente cometido pelo militar. “Situação de estresse todos nós policiais vivemos, mas nem por isso pessoas são mortas em decorrência dessa situação”, opina.

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