Essa e a verdadeira cara da nossa Segurança Publica

Essa e a verdadeira cara da nossa Segurança Publica

quinta-feira, 5 de março de 2020

PM culpa famílias por mortes em Paraisópolis; pais reagem: 'Crueldade'...

7.dez.2019 - Familiares das vítimas se reúnem em ato ecumênico em Paraisopolis, uma semana depois do massacre no Baile da DZ7 - Marlene Bergamo/ Folhapress
7.dez.2019 - Familiares das vítimas se reúnem em ato ecumênico em Paraisopolis, uma semana depois do massacre no Baile da DZ7Imagem: Marlene Bergamo/ Folhapress



Alex Tajra
Do UOL, em São Paulo
05/03/2020 14h14

"Injustiça". "Contra-ataque da polícia". "Crueldade". Essas foram as reações de familiares das vítimas da ação policial em Paraisópolis em dezembro passado ao saber que o relatório produzido pela Corregedoria da Polícia Militar os aponta como corresponsáveis pelas nove mortes daquela noite. O teor do documento foi divulgado hoje pela Folha de S. Paulo.
"Todos negligenciaram o 'pátrio poder' e subsidiariamente têm suas parcelas de responsabilidades pela omissão na guarda dos menores", diz o relatório.
O documento afirma que as mortes dos jovens — que tinham entre 14 e 23 anos — foram causadas pela ação policial, mas isenta os agentes do Estado. Conforme antecipado pelo UOL, a corporação viu "legítima defesa" na operação.
O documento menciona ainda o chamado "excludente de ilicitude" para defender que os PMs envolvidos não sejam punidos. Os 32 policiais que estavam presentes na ação foram afastados, mas o inquérito ainda está em andamento e novas diligências foram solicitadas à Corregedoria.
"A minha parcela de culpa pelo meu filho estar naquele baile eu já carrego comigo. Agora, eles quererem jogar em mim a culpa da morte e isentar eles [PMs]. É crueldade demais. É me massacrar mais uma vez. Eles já massacraram meu filho, levaram meu filho à morte",Maria Cristina Quirino, mãe de Denys Henrique Quirino, 16.
Denys Henrique Quirino da Silva, de 16 anos, foi um dos jovens assassinados em Paraisópolis - Arquivo Pessoal
Denys Henrique Quirino da Silva, de 16 anos, foi um dos jovens assassinados em Paraisópolis
Imagem: Arquivo Pessoal
Ela não sabia que o filho fora ao baile em Paraisópolis, e soube da morte por um telefonema do hospital. "Meus dias têm sido infelizes desde o dia 1º de dezembro. Eu não tenho mais vida", diz Maria Cristina. "Pelo menos eles assumiram que as mortes se deram por conta da ação da polícia", afirma.

Corregedoria fala em ataque; frequentadores rebatem

O documento elaborado pela Corregedoria aponta para um suposto ataque por parte dos frequentadores do baile com garrafas, paus e pedras.
Jovens que estavam no baile naquela madrugada, porém, negam que tenham visto ataques contra a polícia. A reação da PM, segundo publicado pela Folha, foi autorizada pelo comando da corporação.
Os frequentadores presentes no baile afirmaram que os ataques partiram da PM, que encurralou todas as saídas e não deixou os frequentadores deixarem o local. Além dos nove mortos, dezenas de pessoas ficaram feridas, incluindo uma jovem de 17 anos que levou 50 pontos no rosto após, segundo ela, levar uma garrafada de um policial.
"Como se não bastasse eu perder meu filho, eu ainda tenho de conviver com essas notícias. A Corregedoria era um órgão que eu achei que a gente poderia acreditar. (...) Eu acreditava que eles enxergariam que o que os policiais fizeram foi errado. Mas eu já vi que isso não vai acontecer.
Maria Cristina Quirino, mãe de Denys Henrique Quirino

"Desespero da polícia"

Pai de Gabriel Rogério de Moraes, também morto naquela noite, Reinaldo Cabral de Moraes afirma que a tentativa da Polícia Militar de culpar os pais e familiares pelas mortes é "um desespero da própria polícia, porque o cerco está se fechando".
Gabriel Rogério de Moraes, uma das vítimas do massacre de Paraisópolis - Reprodução
Gabriel Rogério de Moraes, uma das vítimas do massacre de Paraisópolis
Imagem: Reprodução
"Eles não têm para onde correr, então estão atacando para todos os lados. E agora estão atacando absurdamente os pais e os parentes. (...) Nós sabemos que a polícia é tendenciosa mesmo. Querendo fazer isso [responsabilizar os pais] só prova realmente qual a índole desses policiais, tanto o comandante, quanto os responsáveis."
Moraes afirma que, mesmo com o relatório finalizado, há "mistérios" no inquérito conduzido para apurar as circunstâncias das mortes em Paraisópolis.
"O MP pediu novas diligências, está tudo muito inconsistente, muito incompleto. O MP tem sua margem de investigação, que dá divergências com a investigação da própria polícia. Então o contato que nós temos com o inquérito, não podemos falar tudo claramente, porque está sob segredo, mas eles [policiais] não querem assumir o que fizeram", diz Moraes.
"Se fosse para eu pagar pelo fato de meu filho estar em um local inadequada, que eles me entregassem com vida, para eu tomar minhas medidas de mãe. Só que meu filho não voltou para casa. O direito de meu filho voltar para casa foi tirado, e quem tirou foram eles", complementa Maria Cristina.

27 Comentários

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia os termos de uso
TomasdeAquino
São culpados sim !!!! Afinal pais que permitem menores madrugarem nas ruas (bailes) se drogando e bebendo cachaça e etc são irresponsáveis, omissos e etc ... é só consultar as leis. Além de tudo isso são COVARDES já que estão culpando os 'outros', (a policia), pelos seus erros.
Baianinho 2016
Parabéns a PM de SP, mais uma vez cumpriu o dever, muitos menores foram salvos naquele dia, menores que estavam usando drogas. Esses pais e mães são todos omissos na criação dos filhos, se fossem bons cidadãos estariam em casa ou na igreja.
Ricki123
Por que não cuidaram ou orientaram os filhos antes do leite derramar? FUNK só presta pra quem canta e não prá quem escuta.
Militarese
Ué, desculpem os que pensam ao contrário, mas ops pais dos menores negligenciaram sim o pátrio poder. MENOR NO BAILE FUNK ENCHENDO A CARA DE ÁLCOOL É PERMITIDO?
Selgurança
Só faltou dizer que a culpa é das mães que deram luz.
P Sanchez
Traficantes comandando o protesto e usando o Povo como manada...Parabéns a Policia.
joaninha lilas
O evento era legal? autorizado? foi solicitado policiamento? Não. A polícia foi chamada, a turma de anjos do bem correu porque? Não estavam fazendo nada só escutando uma musiquinha maneira. Nada de drogas, nada de armas... Onde estavam os pais dos santos que agora fazem camisas e vão para a rua protestar?Muito fácil continuam fazendo o quê sempre fizeram transferir a responsabilidade
ESC
Quase todos que morreram não moravam em Paraisópolis, eles foram lá fazer o quê? Pais olhem para dentro de suas casas e veja onde seus filhos andam e com quem. Tem uns que saíram da zona leste (Mogi das Cruzes) à quase 100 km de distância do local onde houve o acontecido, se fosse para trabalhar ele iria?
Aranha men
Porque culpar a PM se o evento era ilegal e desorganizado, a policia foi chamada e estava trabalhando, a multidão correu porque ? Que sirva de exemplo aos jovens.
MMG1
mais um covardia...do período BOslo-doria...definitivamente estamos vivendo numa distopia chamada Brasil...enfim a barbárie venceu....podemos juntar as coisas partir pro espaço procurando um plano B pro planeta...por que neste planeta so sobra ignorance e desrespeito ao que humano
JOAO NINGUEM
NAO TEM 24 HORAS , QUE SAI DESSE LUGAR DEPOIS DE 5 ANOS SEM IR POR AI . ESPERO FICAR MAIS 20 ANOS SEM PRECISAR DE PISAR POR AI.
PESSUTI
Covardia, a marca registrada da polícia militar. O duro é ver pessoas, realmente de bem, pagando pau para estes caras. Que não são herois coisa nenhuma. Quando atuam bem, ora, são pagos pra isso. Tem a OBRIGAÇÂO DE ATUAR. Até porquê NINGUÉM é obrigado a ser PM. Se tá la´, que aguente as dificuldades da profissão como todos. Não quer, acha difícil?PEÇA EXONERAÇÂO! Chamar o Batman? Bem em alguns casos é melhor, como neste caso, não morreriam inocentes, sem custo para o estado. Afinal o Batman não exite.





Nenhum comentário:

Postar um comentário