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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

VÍDEO: família é agredida por PM e presa após som alto em festa em SC

VÍDEO: família é agredida por PM e presa após som alto em festa em SC
Segundo empresário, 7 viaturas e 12 policiais foram até casa em Palhoça. PM instaurou inquérito policial militar para averiguar conduta dos policiais.
19/11/2015 16h45 - Atualizado em 19/11/2015 17h47
Por Juliana Gomes
Do G1 SC
Um casal e o filho de 24 anos afirmam terem sido agredidos e detidos por policiais militares dentro da residência da família, durante uma festa na madrugada do dia 7, no bairro Pedra Branca, em Palhoça, na Grande Florianópolis. De acordo com a família, o policiais foram até a residência após uma denúncia de barulho. Parte da ação foi registrada pelas câmeras de segurança da casa (veja o vídeo acima).
Segundo o empresário Luis Cláudio Prado Filho, de 24 anos, a família comemorava o aniversário de um irmão e a primeira comunhão da caçula da família. Cerca de 15 parentes e amigos, incluindo crianças e idosos, estavam na festa, por volta de 1h. Foi  quando um vizinho, que seria tenente-coronel da Polícia Militar, se incomodou com o som alto na residência, afirma o jovem.
O empresário diz que os hematomas ao redor do olho direito, os três pontos no supercílio e a boca cortada são resultado dos chutes de cinco policiais dentro da casa da família. Os PMs, de acordo com o jovem, também deram um soco no rosto pai, Luis Cláudio Prado, de 48 anos, e um tapa na face da mãe, Carmem Regina Prado, de 47.
Segundo Luis Cláudio Prado, os ferimentos no rosto foram provocados por policiais (Foto: Arquivo Pessoal)Segundo Luis Cláudio Prado, os ferimentos no
rosto foram provocados por policiais
(Foto: Arquivo Pessoal)
As imagens das câmeras de segurança da residência mostram o momento em que Luis Filho, na calçada, conversa com a namorada que está dentro do carro, e a viatura estaciona.
Ao ver,  pelo sistema de monitoramento externo, que os policiais falam com o filho, o pai do rapaz sai de casa para verificar o que está havendo. Outros familiares que participavam da festa o seguem. Luis afirma que pediu para que todos entrassem na casa. A gravação mostra o momento em que o pai tenta fechar o portão, mas um policial o impede com um soco rosto (veja o vídeo acima).
PM dentro de casa
De acordo com o empresário, a mãe foi para o jardim da casa, assustada com o que viu, e tentou falar com os PMs. Um deles sobe na mureta e fala com ela com uma arma em punho. Enquanto isso, outras seis viaturas chegaram à residência e os policiais entraram na casa da família. Pelas imagens, é possível ver uma discussão entre a mulher e os policiais. Um deles chega a contê-la segurando-a pelo braço.
“Quando os 12 policiais entraram na nossa casa, o som da festa já havia acabado, a pedido de outra vizinha. Um PM perguntou ao outro: Quem são os responsáveis? Alguém respondeu: o cabeludo e o sem camisa, referindo-se a mim e a meu pai”, conta o empresário.
Levei um chute no rosto e apaguei"
Luis Cláudio Prado Filho
Com isso, o pai foi colocado de joelhos no chão da sala de estar. Um policial colocou um joelho sobre a cabeça do homem, que fica apoiada no sofá, enquanto o algemava.

Luis relata que, enquanto via o pai ser preso, dois PMs o imobilizaram torcendo suas mãos. Um terceiro batia em suas partes íntimas e um quarto policial dava uma gravata no rapaz, segundo relatou.

“Comecei a gritar: Vou desmaiar! Isso de fato aconteceu, acordei uma hora com a cabeça no chão e só via os pés dos policiais, até que levei um chute no rosto e apaguei. Quando acordei, estava dentro da viatura, todo ensanguentado”, relata.
As imagens mostram os três integrantes da família saindo da casa dominados por policiais.

Ao chegarem à delegacia, de acordo com Luis, os PMs disseram que o rapaz havia caído, por isso os ferimentos no rosto. "Eu só concordei, depois de apanhar, e, estando diante de vários homens armados, eu devia dizer o quê?", questiona o empresário.
De acordo com a família, o sangue no piso da casa é resultado das agressões na festa. (Foto: Arquivo Pessoal)De acordo com a família, sangue no piso da casa é resultado das agressões na festa (Foto: Arquivo Pessoal)
Mãe é presa
Ao assistir às agressões ao marido e ao filho mais velho, a mãe de Luis pediu para os policiais pararem. Isso teria ocorrido dentro da casa. “Foi aí que eles entenderam como desacato e deram um tapa no rosto da minha mãe e a algemaram também”, afirma o empresário.
Conforme Luis, depois de levar os três para a viatura, alguns policiais voltaram para dentro da casa e apreenderam o aparelho de som da família. “Eles tiraram o celular de uma amiga que filmava ação e apagaram as imagens. Esse telefone já está com peritos em tecnologia que tentam recuperar os dados”, diz Luis Cláudio.

No dia seguinte, a família registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil. Ela aguarda um laudo do Instituto Médico Legal (IML) que deve comprovar as agressões.
PM chegou a puxar dona da casa pelo braço (Foto: Reprodução/G1)PM chegou a puxar dona da casa pelo braço
(Foto: Reprodução/G1)
PM alega desacato
De acordo com o chefe de comicação da Polícia Militar, major Aires Volnei Pilonetto, a instituição conduz um Inquérito Policial Militar para apurar como se deu a ocorrência.

"Sabemos que um policial teve lesões pelo portão que foi fechado sobre as mãos dele, que houve desrespeito e reação contra os policiais. Estamos apurando tudo para saber exatamente o que houve, como foi a conduta dos PMs e da família. Sobre a ação do tenente-coronel, que seria vizinho da família, quero dizer que ele agiu como qualquer cidadão, denunciou o abuso no volume do som. Em nenhum momento ele foi beneficiado por ser da PM. Estamos apurando tudo, para saber a verdade sobre o que houve naquela noite", esclarece Pilonetto.

O chefe de comunicação da Polícia Militar explica que a apreensão do aparelho de som da família é uma conduta de praxe em casos de ocorrências envolvendo a perturbação do sossego, onde há som em volume alto.
Segundo a família, sete viaturas e 12 policiais foram até residência (Foto: Arquivo Pessoal)Segundo a família, sete viaturas e 12 policiais foram até residência (Foto: Arquivo Pessoal)

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