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quarta-feira, 30 de março de 2011

28/03/2011 - 08h24 / Atualizada 28/03/2011 - 17h02

CPI das Armas do Rio ouve ex-delegado preso pela PF na operação Guilhotina

Daniel Milazzo
Especial para o UOL Notícias
No Rio de Janeiro
A CPI das Armas da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) ouvirá nesta tarde (28) o ex-delegado Carlos Oliveira, preso pela operação Guilhotina da Polícia Federal. A CPI foi instalada no início do mês com o objetivo de investigar o tráfico de armas, munições e explosivos no Estado do Rio.
Oliveira foi preso no dia 11 de fevereiro acusado de comercializar o chamado “espólio de guerra”, isto é, armas, munições e drogas que a polícia apreende de traficantes durante operações. De acordo com a PF, Oliveira revendia a bandidos os armamentos apreendidos. Oliveira foi subchefe operacional da corporação no início da gestão de Allan Turnowski no comando da Polícia Civil. Turnowski caiu do posto em fevereiro após ser indiciado pela PF por vazamento de informações.
Partiu do próprio Oliveira a intenção de depor à CPI. Ele se manifestou através de seu advogado. O ex-delegado está preso no presídio Bangu 8, no complexo penitenciário de Gericinó, zona oeste do Rio. Ele também é acusado de envolvimento com a milícia na comunidade Roquete Pinto, em Ramos, zona norte do Rio.
Os integrantes da CPI decidiram que todos os 38 presos pela operação Guilhotina serão chamados para depor.
Inimigo interno
O sociólogo Antonio Rangel Bandeira, especialista dedicado ao estudo do tráfico de armas, compareceu à última sessão da CPI, realizada na segunda-feira passada (21). Ele destacou perante os membros da comissão que apenas 7% das armas comercializadas ilegalmente no Brasil vem de fora do país.
Bandeira argumentou que o mercado de munição é mais lucrativo que o de armas e salientou que já existe uma lei federal determinando a marcação das cápsulas, justamente para possibilitar a posterior identificação da munição. Caberá à CPI averiguar se a lei está sendo cumprida.
Consta no relatório final da CPI sobre Organizações Criminosas do Tráfico de Armas, concluído por parlamentares da Câmara dos Deputados em 2006, que 68% das 10.549 armas apreendidas com criminosos entre 1998 e 2003 foram vendidas legalmente em oito lojas no Estado do Rio. O ex-deputado federal pelo PPS-PE Raul Jungmann, que foi o relator da CPI das Armas realizada pelo Congresso, também será ouvido na Assembleia Legislativa. Claudio Vieira, diretor da Divisão de Fiscalização de Armas e Explosivos (DFAE) da Polícia Civil também deve ser chamado.
Primeiros passos
A CPI já pediu à Secretaria estadual de Segurança Pública, às Forças Armadas, às polícias Civil e Militar, ao Corpo de Bombeiros e ao sistema penitenciário uma lista de todos os investigados por tráfico de armas nos últimos dez anos. Também foi pedida uma lista completa de todo o arsenal apreendido na megaoperação realizada em novembro do ano passado nos complexos do Alemão e da Penha.
Os parlamentares também investigarão o sumiço de dois fuzis cedidos pela Marinha à Secretaria estadual de Segurança. Um dos fuzis foi recuperado no Complexo do Alemão. A Secretaria estadual da Fazenda também será contatada a fim de fornecer informações sobre a tributação, origem e volume de armamentos negociados nos últimos treze anos.
A CPI é presidida por Marcelo Freixo (PSOL), o mesmo deputado que presidiu a CPI das Milícias. Zaqueu Teixeira (PT) é o vice-presidente e Wagner Montes (PDT) é o relator. Os parlamentares Fláio Bolsonaro (PP) e Luiz Paulo (PSDB) também integram a Comissão.

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