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segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Julgamento de PM acusado de matar homem em Santos, SP, é adiado

25/06/2012 12h40 - Atualizado em 27/06/2012 15h34

André Aparecido é acusado de ser o autor dos 'crimes do carro preto'.
Julgamento estava marcado para as 9h30 desta segunda-feira (25).

Mariane RossiDo G1 Santos

Mãe chega para o julgamento no fórum de Santos (Foto: Mariane Rossi/G1)Familiares de Paulo Roberto Barnabé chegam para o julgamento em Santos (Foto: Mariane Rossi/G1)












O julgamento do soldado da Polícia Militar, André Aparecido dos Santos, acusado de matar uma pessoa e atirar em outras seis em Santos, no litoral de São Paulo, estava marcado para começar às 9h30 desta segunda-feira (25), mas foi cancelado pouco depois do início da sessão por falta de uma testemunha. A sequência de crimes ficou conhecida na Baixada Santista como o 'caso do carro preto'.
O acusado, que estava preso em São Paulo, chegou escoltado ao fórum de Santos por volta das 9h. Para o julgamento, o poder judiciário determinou que uma ambulância fosse buscar uma das vítimas dos ataques, que não pode andar. No total, 30 testemunhas foram chamadas, entre elas 12 de acusação, 11 de defesa e 13 comuns às duas partes.
A previsão era que o julgamento durasse de dois a três dias. Mas, o advogado do acusado, Alex Sandro Ochsendorf, exigiu, após a abertura da sessão, o depoimento de José de Abreu, um homem que não compareceu ao julgamento e que, segundo ele, participa de um movimento contra um grupo de policiais militares da região. O juiz pediu para a testemunha ser localizada, mas ela não foi encontrada em nenhum endereço. Minutos depois, foi enviado ao juiz um atestado médico dizendo que José de Abreu estaria internado na Santa Casa de Santos e, por esse motivo, não compareceu a sessão. Por causa disso, o julgamento foi adiado para o dia 7 de agosto.
De acordo com Ochsendorf, desde o início a defesa quis o julgamento o mais rápido possível. Ele diz que as provas são volumosas, mas "absurdamente confusas e tendenciosas". Segundo ele, há contradições existentes entre as vítimas no que diz respeito ao reconhecimento do carro e do autor dos disparos. Uma série de formalidades que devem ser respeitadas pela Polícia Civil, de acordo com ele, não foram cumpridas. "A polícia deixou a lei de lado, produziu uma prova que interessava pra ela porque era um caso de repercussão e que tinha que dar uma resposta a sociedade", afirma. Ochsendorf entrará com a tese de que há uma série de acusações a membros da Polícia Militar na Baixada Santista. "Tem a possibilidade de ter um movimento organizado para acusar policiais na região e um dos acusados é o André Aparecido".
Já o promotor Octavio Borba afirma que o acusado conhecia bem os locais dos disparos, tanto em Santos como em São Vicente, por já ter trabalhados nessas regiões ou ter famílias que moram nas ruas dos crimes. De acordo com ele, há reconhecimento pessoal da vítima que ficou paraplégica. "Pela acusação há uma certeza em torno de 100% de que o réu é o autor desses atentados", disse.
O promotor ainda falou que poderia aceitar que até seis testemunhas não dessem depoimento, mas que uma delas é imprescindível. "Não posso abrir mão do capitão Rolim, que é o capitão do serviço de inteligência da Polícia Militar. Ele solicitou a prisão do réu ao poder judiciário e elaborou uma sindicância onde comprova toda a responsabilidade", disse Borba, que acredita que o advogado de defesa pretendeu desfocar a atenção do júri sobre os fatos principais utilizando essa testemunha que, segundo ele, não tem nada a ver com o caso.
As famílias das vítimas saíram do fórum bastante chateadas com a mudança da data do julgamento. "O meu sentimento é o mesmo da perda do meu filho. A família está entristecida. Se fosse uma doença tudo bem, mas foi tirada a vida dele. Eu nunca estive em uma situação dessas, mas eu acho que a condenação não alivia a dor totalmente porque eu não tenho meu filho de volta. É só esperar a justiça", diz Marilda Barnabé, mãe da vítima.
Histórico
Os crimes aconteceram na madrugada do dia 10 de abril de 2011. Em Santos, dois homens caminhavam na rua Pindorama, no bairro do Gonzaga, quando um homem em um carro preto passou atirando. Um deles levou seis tiros e foi encaminhado para a Santa Casa de Santos. Já o outro, Paulo Roberto Barnabé, de 34 anos, levou um tiro próximo ao peito e morreu na hora. As câmeras de monitoramento de um prédio gravaram o momento em que os jovens foram baleados.
Logo depois, no bairro do Macuco, por volta das 2h30, um carro preto se aproximou de uma esquina e uma pessoa começou a atirar. Dois tiros atingiram o braço de uma vítima. Dez minutos depois, no mesmo bairro, um homem foi atingido quando chegava em casa por tiros que saíram de um carro preto. Às 4h, na Vila Margarida, em São Vicente, seis homens conversavam na esquina da rua Arnaldo Rodrigues quando o motorista de um carro preto passou atirando. Três pessoas ficaram feridas.
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