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domingo, 21 de janeiro de 2018

Justiça condena policiais do Bope que recebiam propina do tráfico

Justiça condena policiais do Bope que recebiam propina do tráfico

Léo do Aço revelou detalhes do pagamento de propina a policiais em depoimento à Justiça
Léo do Aço revelou detalhes do pagamento de propina a policiais em depoimento à Justiça Foto: Reprodução
Rafael Soares
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A Auditoria de Justiça Militar condenou, nesta terça-feira, quatro policiais militares do Bope presos em dezembro de 2015 por receberem propinas de traficantes de várias comunidades do Rio e da Baixada Fluminense em troca de informações sobre operações do batalhão. Silvestre André da Silva Felizardo recebeu a maior pena: 80 anos. Maicon Ricardo, André Silva e Raphael Canthé foram condenados a 48 anos de reclusão. Já Rodrigo Meleipe foi absolvido das acusações. Os policiais foram condenados depois de vir à tona o depoimento de Leonardo Barbosa da Silva, o Léo do Aço, chefe do tráfico das favelas Antares e Rola, na Zona Oeste do Rio, revelado pelo EXTRA.
“Em Juízo também foi ouvido o traficante conhecido como Leo do Aço ou Leo Santa Cruz, que confirmou o recebimento das informações sobre as operações que iriam ocorrer, reconhecendo o 3º acusado, de vulgo PRETO 3, como sendo um dos policiais que recebia o dinheiro do tráfico. Descreveu como eram feitos os repasses e como as in-formações sobre as operações sigilosas deveriam ser fornecidas aos traficantes”, escreve a juíza Ana Paula Monte Figueiredo Barros
O traficante foi convocado como testemunha de defesa pelos advogados de um dos policiais acusados. Para os promotores do caso, a estratégia tinha como objetivo que o bandido desmentisse a acusação, dizendo que nunca recebeu dinheiro dos agentes. No entanto, Léo do Aço, levado do Complexo de Gericinó direto para a sala de audiência da Auditoria Militar, não só admitiu que fazia pagamentos semanais de até R$ 70 mil a um policial do batalhão como também detalhou os bastidores de um esquema de propina no coração da tropa de elite da PM.
Após o depoimento, a defesa do soldado identificado pelo traficante pediu à Justiça uma acareação entre o policial e o bandido “já que surgiram novos fatos em contradição à acusação”. A juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros, da Auditoria Militar, indeferiu o pedido: “a prova pretendida pela defesa é inócua e sem utilidade”.
A investigação feita pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com a colaboração da Coordenadoria de Inteligência da PM, da Corregedoria da corporação e do próprio Bope, interceptou mensagens trocadas entre policiais e os traficantes. Numa delas, o cabo Felizardo avisa para seus colegas sobre a ordem de dar bom dia e boa noite aos bandidos: “Mn vc ten q dar o bom dia e boa noite pós amig para tranq uilisa os mn Vlw (sic)”.
A promotora Angélica Glioche, do Gaeco, durante coletiva sobre a operação que prendeu os policiais do Bope
A promotora Angélica Glioche, do Gaeco, durante coletiva sobre a operação que prendeu os policiais do Bope Foto: Guilherme Pinto

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