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quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Um ano depois de fotos sensuais, bombeira ainda tenta evitar punição

13/02/2017 11h20 - Atualizado em 13/02/2017 11h26

Um ano depois de fotos sensuais, bombeira ainda tenta evitar punição

Comando determinou prisão de soldado por oito dias depois de ensaio.
Lilian Vilas Boas, de 32 anos, recorreu e aguarda decisão final da PM.

Alana FonsecaDo G1 PR

Bombeira Lilian Vilas Boas, (Foto: Reprodução/Facebook)Bombeira Lilian Vilas Boas, (Foto: Reprodução/Facebook)
A bombeira Lilian Vilas Boas, de 32 anos, que teve a prisão determinada pelo 7º Grupamento do Corpo de Bombeiros do Paraná depois de participar de um ensaio fotográfico sensual, recorreu e ainda aguarda a decisão final do Comando-Geral da Polícia Militar (PM). As fotos da curitibana completam um ano neste mês.
A pena prevê que ela fique detida por oito dias. "Ainda estamos aguardando o recurso, a decisão final ainda não saiu. Acredito que possa sair nos próximos meses", afirmou ao G1, nesta segunda-feira (13), o advogado da bombeira, Luiz Carlos dos Santos. Questionado se está otimista, respondeu que não gosta de se manifestar antes de receber a decisão.
O assunto teve bastante repercussão à época da divulgação da pena, em julho de 2016. Em entrevista ao G1, por telefone, Lilian confessou que ficou assustada com a repercussão do caso e preferiu não falar muito sobre o assunto.
Dois depois, em nota oficial à imprensa, ela afirmou estar satisfeita com o surgimento de "um movimento muito positivo para alertar a sociedade de como as mulheres são tratadas dentro das corporações militares e fora dela". Leia a íntegra da nota abaixo.
Hoje, Lilian ainda evitar falar sobre o caso. Logo depois da polêmica, ela pediu para sair do 7º Subgrupamento de Bombeiros e foi atendida. Agora, ela atua no 6º Grupamento de Bombeiros de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
G1 entrou em contato com a Polícia Militar (PM) e aguarda um posicionamento sobre o assunto.
Em julho do ano passado, a PM informou que não se manifestaria sobre o caso porque a bombeira poderia recorrer à corporação para mudar a sanção que recebeu. Leia a íntegra da nota abaixo.
Entenda o caso
Lilian participou do ensaio fotográfico sensual em fevereiro do ano passado, para um projeto do fotógrafo Arnaldo Belotto. Nas fotos, ela aparecia com parte dos seios à mostra. Segundo Belotto, as fotos ficaram no site do projeto por menos de 24 horas.
"Uma delegada civil do Rio de Janeiro acabou 'printando' as fotos e enviando ao comandante em Curitiba", conta. A partir de entntão, Lilian começou a receber pressão dos comandantes para que as imagens fossem retiradas do ar.
A bombeira participou do ensaio porque algumas amigas dela também já haviam sido fotogradas para o projeto de Arnaldo, que, de acordo com ele, tem o objetivo de exaltar o empoderamento feminino e a beleza das mulheres, sem o uso de técnicas de manipulação de imagem.
Mesmo após a retirada das fotos do site, a pressão sofrida por Lilian continuo. À época da polêmica, em entrevista também ao G1, Arnaldo contou que já tinha ido prestar depoimento no quartel algumas vezes.
Segundo a nota de punição publicada em um boletim interno do 7º Grupamento, a punição foi por ela ter exposto "a intimidade e privacidade de seu corpo". A falta foi considerada média pelos superiores, culminando na pena dos oito dias de prisão. O documento é assinado pela tenente Giselle Machado, comandante do grupamento.
Lilian participou do ensaio fotográfico em fevereiro deste ano (Foto: Reprodução/Facebook)Atualmente, Lilian trabalha no Corpo de Bombeiros de São José dos Pinhais (Foto: Reprodução/Facebook)
Leia a íntegra da nota enviada por Lílian abaixo:
"Devido ao processo estar em andamento, a soldado Lilian Vilas Boas, bombeira do 7° Grupamento de Bombeiros de Curitiba, está impedida de dar entrevista para a imprensa, além disso, segundo o regulamento interno da corporação, torna obrigatório à soldado ter autorização para prestar declarações à imprensa. Entretanto o advogado Dr. Luiz Carlos dos Santos da Trindade, Santos & Rocha - Advogados Associados, especializado em lei militar que está conduzindo o caso, afirma que estão recorrendo à sentença estipulada pela tenente Gisele Machado de oito dias de detenção por Lilian ter participado de um ensaio fotográfico sobre empoderamento feminino.
Lilian, que está acompanhando toda a repercussão da mídia de perto, agradece todas as manifestações e mensagens de apoio que tem recebido. E, apesar de tudo, fica satisfeita por estar surgindo um movimento muito positivo para alertar a sociedade de como as mulheres são tratadas dentro das corporações militares e fora dela, e também por estar levantando a questão da coerência das normatizações aplicadas nos dias de hoje".

Leia a nota da Polícia Militar na íntegra:
"O exercício do poder disciplinar da origem e da solução final do procedimento em relação à bombeira citada se deu no âmbito do 7º Grupamento do Bombeiro, por isso o Comando do Corpo de Bombeiros e o Comando Geral da Polícia Militar do Paraná, se instados em grau de recurso farão a reavaliação sob todas as óticas, seja dos fundamentos da punição ou em relação às suas circunstâncias e dosimetria da pena.
Tanto o Comando do Corpo de Bombeiros quanto o Comando Geral da Polícia Militar do Paraná não podem emitir juízo de valor prévio, pois em algum momento podem ser provocados em grau de recurso".
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