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sábado, 25 de janeiro de 2014

Policiais Militares de Rondon são condenados por homicídio

PM's de Rondon são condenados após júri em Belém

Penas juntas somam mais de cem anos de prisão

31/10/2013 - 07:00 - Pará
Após 27 horas de julgamento popular iniciado às 08h de ontem (30), no salão do tribunal do júri do 
Fórum da Capital, sob a presidência da juíza Ângela Alice Alves Tuma, jurados da 3ª Vara do Júri de 
Belém votaram condenando, na madrugada desta quinta-feira (31),  os policiais militares de Rondon 
do Pará e Josiel das Virgens Almeida, 33 anos, filho de uma das vítimas. Eles foram considerados 
responsáveis pelas mortes do fazendeiro Everaldino Vilas Boas, 53 anos, a mulher do fazendeiro 
Rosa Amélia da Silva, 35 anos e o filho do casal Jadson da Silva Almeida, 15 anos.  

Por maioria dos votos os jurados acolheram a tese acusatória das promotoras de justiça Rosana 
Cordovil e Gruchenhka Freire absolvendo Edson Gomes Ferreira e José Alacides dos Santos. 
Os jurados condenaram os irmãos Humberto e José Carlos Coelho. A pena aplicada de 57 anos
 de reclusão para cada réu será cumprida em regime inicial fechado, numa das penitenciárias da 
Região Metropolitana de Belém.

O filho de uma de umas vítimas, Josiel das Virgens, 33 anos, acusado de mandante do crime foi
 condenado pelos jurados por maioria dos votos. A pena imposta ao condenado de 66 anos de 
reclusão terá que ser cumprida em regime inicial fechado em penitenciária da Região Metropolitana do
 Estado, ou num dos Centros de Recuperação do Estado.  Após ouvir a sentença o réu passou mal
e foi atendido pelo médico de plantão do TJPA. Os advogados declararam no júri que recorrerão da 
sentença condenatória na instância superior.     

A sessão do júri foi aberta na manhã de ontem com depoimentos de sete testemunhas e informantes
 do processo, dentre elas três de acusação. O primeiro a prestar informações foi o delegado da cidade
Marco Antonio de Oliveira e Silva, e em seguida o investigador da Polícia Civil Josemar da Conceição 
Azevedo que relataram como encontraram os corpos das vítimas e como conduziram as 
investigações. Além deles Terezinha Gonçalves Neves também foi ouvida, PM foi ouvida arrolada 
pelo MPE.

No primeiro dia foram ouvidas também testemunhas apresentadas pela defesa dos acusados.
 A primeira foi a ex-mulher da vítima Everaldino Vilas Boas e mãe de Josiel das Virgens acusado 
de mandante do crime. Doralice das Virgens afirmou não acreditar nas acusações imputadas 
ao filho e que ele sempre manteve um bom relacionamento com o pai. Segundo a ex-mulher da
 vítima o filho sempre manteve contato a segunda mulher do pai e com o irmão, um adolescente 
que também foi morto.

Após depoimentos a juíza passou aos interrogatórios dos réus, o filho da vítima foi o primeiro.
 Ele negou ser mandante do crime e afirmou que “jamais”, e “nunca faria isso”, enfatizou. 
Ao ser interrogado Josiel das Virgens revelou que o pai teria deixado dívidas contraídas com agiotas 
que alcançariam valores em torno de hum milhão de Reais. Ele disse também que fora orientado 
a pagar as dívidas pelo delegado após a morte do pai, mediante a transferência de uma das fazendas
 de propriedade da vítima.  

No segundo dia o julgamento foi retomado com o interrogatório do cabo da PM Carlos Alberto Lima
 Coelho, seguido dos interrogatórios dos soldados José Alacides Santos Barros, Edson Gomes 
Ferreira, Humberto Lima Coelho, todos eles negaram participação no crime.  Os jurados pernoitaram
 em hotel, acompanhados de oficiais de justiça, para garantir a incomunicabilidade.     

O triplo assassinato foi cometido na noite do dia 12/02/2010, num ramal de acesso a fazenda 
Graciosa de propriedade de Everaldino Vilas Boas, localizada na área rural do município de Rondon
 do Pará, a mais de 500 km de Belém. Atendendo ao pedido da representante da promotoria de justiça
 que atua na comarca, o júri foi desaforado para Belém pelos desembargadores das Câmaras 
Criminais Reunidas do TJPA, para garantir a segurança e tranqüilidade do julgamento.

Debate acirrado entre acusação e defesa

Durante os debates das teses iniciados no começo da tarde de ontem (30), as promotoras de justiça
 Rosana Cordovil e Gruchenka Freire apresentaram um vídeo com imagens feitas por legistas do
 local do crime, mostrando a brutalidade como o crime foi cometido. Os jurados também ouviram 
conversas telefônicas mantidas entre os familiares da vítima sobre a situação do filho acusado, 
que já se encontrava preso indicava que os familiares tinham conhecimento da responsabilidade
 penal de Josiel das Virgens.

Ao sustentar a acusação as promotoras de justiça reforçaram a responsabilidade penal do filho da
 vítima, “que agiu com crueldade e frieza”, e que por isso pedira à juíza aplicar a pena máxima 
prevista em lei para homicídio qualificado, ou seja 30 anos. Elas dividiram o tempo de duas horas e 
meia, e requereram a absolvição por insuficiência de provas em relação ao cabo Edson Gomes e 
soldado José Alacides dos Santos. O primeiro fora acusado de ser intermediário do homicídio e o
 último teria conhecimento do crime e nada fez para impedir que fosse consumado.   

Em relação aos policiais Calos Alberto Coelho e Humberto Lima Coelho as promotoras ratificaram
 a acusação e pediram à presidente da sessão para que seja aplicada a pena máxima, ou seja 30
 anos de prisão. A promotoria destacou a frieza do filho em mandar matar o pai para ficar com os
 bens patrimoniais da vítima.

Os advogados Luiz Cereja, Ivanilda Pontes, Hilário Carvalho Júnior, Amparo Monteiro Nascimento, 
Moacir Martins Júnior e Arnaldo Lopes que atuaram em defesa dos réus também tiveram que dividir
 o mesmo tempo de duas horas e meia entre eles. A tese sustentada pelos advogados dos réus foi 
a de negativa de autoria. Um dos advogados, Moacir Junior preparou material encadernado para 
distribuir aos jurados, mas, a promotoria protestou por que estavam marcadas. Outro material 
também preparado para a ocasião a ser exibido pela defesa dos acusados acabou impugnado 
por não ter sido juntado dentro do prazo legal. 

Com informações do TJ/PA
Foto: Henrique Felício (O Liberal)












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