sábado, 17 de agosto de 2013

Beltrame avalia a desmilitarização da polícia

A desmilitarização da polícia do Brasil, tema corriqueiro em manifestações democráticas nos principais centros urbanos como Rio e São Paulo, foi comentada pelo comandante da cúpula de segurança do Estado do Rio.

Em relação à temática, o secretário de segurança, José Mariano Beltrame afirmou que não identifica nenhum problema em desmilitarizar a polícia. No entanto, o dirigente da pasta avaliou que o Brasil está distante dessa possibilidade.
O gestor declarou ainda que admira o modelo do Chile, composto por uma formação militar. Para Beltrame, antes de tudo, é importante avançar no debate e escolher a maneira que essa desmilitarização iria ser feita. Segundo ele, seria necessário avaliar se para o estado é mais interessante ter somente a Polícia Civil ou criar outra corporação semelhante à Guarda Municipal.
“Desmilitarizar a Polícia Militar não significa, necessariamente, que vai melhorar a polícia. O que eu sou favorável é que se discuta isso, não há qualquer problema. Até porque isso foi sempre muito pouco discutido. São coisas que têm de ser amadurecidas. Pode ser resolvido mudando o regulamento da própria polícia. Tem que se discutir qual a melhor solução para a sociedade”, disse Beltrame.
O secretário negou possíveis desgastes nas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) por conta dos recentes casos de violência, como os ataques às unidades onde são desenvolvidas atividades culturais da ONG AfroReggae, nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte.
O gestor disse que o processo de pacificação irá chegar a municípios da Região Metropolitana, mas ainda não há previsão de quando isso acontecerá na prática.
Em 2007, representantes da Polícia Civil enviaram uma carta ao governador Sérgio Cabral sugerindo a unificação das polícias estaduais. Com isso, a PM não usaria mais farda nas ruas e os delegados teriam o controle da corporação. Procurada, a assessoria de imprensa do governador informou que o plano não está sendo considerado.
Para o consultor de segurança pública e criador do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), Paulo Cesar Amendola, a desmilitarização da polícia é bem vinda. No entanto, Amendola acredita que a fórmula só teria sucesso desde que padrões de hierarquia e disciplina fossem respeitados.