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domingo, 23 de maio de 2021

Perícia concluiu que cena de atropelamento foi alterada por PMs

 ICONSISTÊNCIA | 29 de Março de 2019

Perícia concluiu que cena de atropelamento foi alterada por PMs
Foto: Reprodução / TV Anhanguera
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A perícia concluiu que a cena da morte do adolescente Leandro Rocha, de 16 anos, foi alterada pelos militares que fizeram a abordagem na noite em que a vítima foi atropelada e morreu. Moradores já tinham contado à Polícia Civil que os policiais militares mudaram a posição da viatura logo depois do atropelamento.

Quando a perícia chegou, a viatura estava na mão correta da avenida, mas os moradores relataram que a viatura invadiu a contramão da via, no setor Aurenny 4, e passou por cima do adolescente, mas depois os policiais colocaram o veículo no sentido da mão correta da via.

Segundo os familiares de Leandro, ele estava indo de bicicleta para a casa da namorada no momento em que tudo aconteceu. Ele não possuía nenhuma passagem pela polícia. Testemunhas também contaram à Polícia Civil que a viatura acelerou quando chegou próximo do rapaz, momento em que atropelou a vítima. O acidente aconteceu no dia 20 de março.

O caso está sendo conduzido pela Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa de Palmas.

Na última quarta-feira o PM que conduzia a viatura, Silvestre Vieira de Farias Filho, foi preso pela Polícia Civil. Ele foi ouvido e está preso no Quartel da PM na capital.

A defesa do PM preferiu não se manifestar sobre a conclusão do laudo pericial.

Essa não é a primeira vez que fica constatado pela perícia da Polícia Civil que policiais militares alteraram cenas de crimes aqui no estado.

Em janeiro de 2018, o jovem Wilque Romano da Silva foi morto durante uma abordagem policial, em Formoso do Araguaia, na região Sul do Tocantins. À época vídeos feitos por moradores mostraram os policiais envolvidos no caso alterando o local em que aconteceu a abordagem. Mais tarde a perícia concluiu que os militares chegaram a plantar uma arma na cena do crime para incriminar a vítima. A Polícia Militar chegou a abrir um inquérito militar, mas concluiu que os PMs eram inocentes. Já o inquérito da Polícia Civil indiciou os PMs envolvido e o Ministério Público Estadual denunciou o policial Leandro Marques de Castro por homicídio duplamente qualificado. O processo está correndo na justiça.

Neste mês a Corregedoria-Geral do Ministério Público Estadual emitiu uma recomendação aos promotores que integram o Grupo Especial de Controle Externo da Atividade Policial para que zelassem para que casos de crimes cometidos por militares contra civis fossem investigados pela Polícia Civil e consequentemente julgados pela justiça comum. Segundo o documento divulgado uma instrução normativa da PM, datada de janeiro de 2018, encaminhava os casos de militares contra civis para serem investigados pela própria corporação e esses processos acabavam sendo conduzidos para a Justiça Militar, o que segundo o MPE, é inconstitucional.

Nós tentamos ouvir o Gecep, Grupo Especial de Controle Externo da Atividade Policial, sobre esse assunto, mas fomos informados que momentaneamente esse órgão do MP está sem coordenação.

Essa confusão na Delegacia de Homicídio de Palmas, que foi invadida pelo tenente-coronel da Polícia Militar, Francinaldo Machado Bó comandante de policiamento da Capital, durante o depoimento do soldado Silvestre Vieira de Farias Filho. O soldado está preso temporariamente suspeito de ter atropelado um adolescente na região sul de Palmas com a viatura da PM. O menor morreu horas depois no hospital.

Um vídeo gravado no local mostrou o momento em que o tenente-coronel e o delegado de homicídio, Guido Camilo, discutem sobre a prisão do militar.

De acordo com a polícia civil, os a cena onde o jovem foi atropelado foi alterada antes da chegada dos peritos. A investigação sobre o caso está sendo feita pela Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa de Palmas.

Uma testemunha contou à polícia que viu o momento exato do acidente. De acordo com o depoimento, o adolescente passou correndo na bicicleta e estava sendo seguido pela viatura da polícia.

Quando o adolescente virou uma esquina na contramão e reduziu a velocidade para subir na calçada, o carro da polícia teria acelerado e passado por cima dele. Para isso os militares também invadiram a contramão da avenida.

O depoimento diz também que após o adolescente ser socorrido, os militares alteraram a cena do crime, colocando a viatura na mão correta da avenida e isolando o local.

A mesma constatação foi apontada pela perícia. Segundo o laudo, a viatura seguia no mesmo sentido da bicicleta. Porém, o carro foi encontrado estacionado no sentido contrário.

O laudo ainda apontou que a viatura estava a mais de 45 km/h quando atingiu a bicicleta por trás. O carro chegou a subir na calçada e arrastou o adolescente por alguns metros.

Dois militares estavam na viatura no momento do acidente, mas a Polícia Civil conseguiu identificar apenas o soldado Silvestre, que estava dirigindo o carro. A defesa do PM disse que aguarda ter acesso ao laudo para se manifestar.

A PM disse que não teve acesso ao laudo da perícia e que assim que receber oficialmente o resultado, juntará aos autos do Inquérito Policial Militar para instrução criminal.

Por: Ananda Portilho

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