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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Sobe para 11 número de policiais presos na Operação Arrastão

Polícia | 25/03/2009 | 22h00min

Ação contra esquema de jogos de azar deteve 21 pessoas no total em Santa Catarina

Delegado Wilson Carvalho foi preso em Itapema. Veja mais fotos da operação
Foto: Marcos Porto

 

Lilian Simioni e Felipe PereiraCom a prisão do investigador da Polícia Civil Zenetilde dos Santos, subiu para 11 o número de policiais detidos na Operação Arrastão da Polícia Federal por suspeita de integrar um esquema de jogos de azar. No total, 21 pessoas foram presas nesta quarta-feira.

Entre os detidos estão sete policiais militares, dois investigadores da Polícia Civil, o delegado regional de Brusque, Ademir Braz de Souza, e o delegado de Tijucas, Wilson Carvalho.

A investigação apurou que a quadrilha atuava em Tijucas, São João Batista e Canelinha, na Grande Florianópolis; Itapema, no Litoral Norte; e Brusque, no Vale do Itajaí. São 18 prisões preventivas, uma temporária e duas em flagrante por porte ilegal de arma.

A PF começou a investigação há 11 meses, com a suspeita de contrabando de peças de caça-níqueis pelos portos catarinenses. Após dois meses de trabalho, os agentes federais descobriram, por meio das interceptações telefônicas, que o suposto líder do esquema, Aleander Müller, pagava policiais militares e civis para manter casas de bingo em funcionamento.

O Ministério Público Estadual (MPE) foi chamado para participar das investigações. Nesta quarta-feira, a partir das 6h, foram cumpridos 19 mandados de prisão, 46 de busca e apreensão e 12 de sequestro de bens, entre veículos, imóveis e valores em contas bancárias.

O delegado da PF Cesar Souza revelou que o líder da quadrilha fabricava os caça-níqueis em Brusque e distribuía na própria cidade, além de Tijucas, Canelinha e São João Batista. As duas primeiras cidades eram as de maior atuação. Entre Aleandre e proprietários de estabelecimentos onde funcionavam as máquinas, havia um grupo de intermediadores.

A função dos policiais era fornecer informações privilegiadas sobre operações de repressão ao jogo ilegal, não combater o crime e fechar casas de jogos concorrentes.

O delegado falou que a ousadia chegou a um ponto em que placas das máquinas apreendidas eram retiradas e entregues ao grupo. Para não levantar suspeita, equipamentos velhos eram colocados no lugar. O grupo chegou a simular operações policiais com a montagem de salas de jogos "fantasma", com máquinas obsoletas.

O delegado disse que os pagamentos aos policiais eram feitos em dinheiro todo o mês. Os valores eram considerados baixos, de R$ 500 a R$1 mil. Por enquanto, conforme o delegado, não há uma contabilidade do gasto mensal da quadrilha em propinas.

Somente na casa de Aleander Müller, considerado o líder do bando, em Brusque, a PF encontrou R$ 2 milhões escondidos e apreendeu uma BMW e um Porsche. No total, 12 carros e duas motos foram apreendidas.

Grupo arrecadaria cerca de R$ 1 milhão ao dia
Para o promotor Sidney Dalabrida, a corrupção é o grande motivador para a continuidade do crime no Estado.

— Sem dúvida as quadrilhas de jogos de azar têm subsistência à custa da corrupção de servidores públicos.

Com mais de cem máquinas e faturando aproximadamente R$ 1 mil por dia em cada uma, Souza afirmou que, em uma avaliação preliminar, a quadrilha movimentava mais de R$ 1 milhão por mês. Não estão descartadas novas prisões. Ele afirmou que o inquérito deve ser concluído em 10 dias.

Os envolvidos poderão responder por formação de quadrilha, corrupção ativa, corrupção passiva, violação de sigilo funcional e exploração de jogo de azar. As penas mais longas variam de dois a 12 anos de detenção.

Os policiais militares presos na Operação Arrastão devem ser transferidos para a carceragem do 4º Batalhão da Polícia Militar, em Florianópolis. Uma mulher que teve prisão temporária decretada foi transferida para o Presídio Feminino da Capital.
Saiba mais
A defesa dos suspeitos
Brusque
— Aleander Müller, suposto chefe da quadrilha
— Alan Müller, irmão de Aleander
— Maicon Cunha

A advogada Regiane Moresco, representante dos irmãos Aleander e Alan Müller e de Maicon Cunha não comentou o caso ontem à tarde porque não tinha acesso ao conteúdo do inquérito. Ela declarou que iria a sede da superintendência da Polícia Federal para tomar conhecimento da operação e das acusações

— Ademir Braz de Sousa, delegado regional de Brusque
— Roberto José Lídio, policial civil
— Everaldo Venske, policial militar

Os três negaram o suposto envolvimento no esquema de jogo ilegal, de acordo com o advogado Ricardo José de Souza

— Vilmar Antônio Pozzan
De acordo com o advogado Luis Carlos Schlindwein, apenas depois de conversar com o cliente e analisar os documentos apurados pela investigação será possível definir que medidas jurídicas tomar

— Hélio de Andrade Rodrigues
O advogado Rafael Maia citou a presunção da inocência e declarou que vai se manifestar com mais detalhes após estudar os autos do inquérito

— Alexandro Fernandes, policial militar
— Nauro Galassini
— Fabiano Ruaro

Advogados desses suspeitos não foram localizados

Tijucas
— Marcelo Moacir Pedro, policial militar
— Giovani Marchi, policial militar
— Edson Martins, policial militar

A advogada Alessandra Borba afirmou que não pôde examinar as acusações contra os policiais militares. Ela vai acompanhar os depoimentos e estudar o caso antes de tomar medidas jurídicas

— Lindomar Nunes da Rosa, policial militar
Hélio Brasil, advogado de defesa, afirmou que vai estudar o caso para decidir quais medidas adotar

— Zenetilde dos Santos, investigador da Polícia Civil
— Wilson Carvalho, delegado em Tijucas (preso em Itapema)

O advogado Marcos José Catani alegou que não teve acesso ao inquérito policial e somente depois de conhecer o conteúdo das investigações poderá decidir a estratégia de defesa que vai adotar

— Rafael Mendes de Melo
— Edicarlos Martins
— Neroci Antunes Rodrigues, policial militar

Advogados desses suspeitos não foram localizados
Obs: todas as prisões são preventivas (autorizadas pela Justiça quando há indícios de culpa), exceto a de Wilson Carvalho e Zenetilde dos Santos (em flagrante, porque tinham arma sem registro em casa). O 21º nome, de uma mulher de Brusque, foi tirado da lista porque a prisão é temporária (para investigação).
Fonte: Polícia Federal   http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default.jsp?uf=2&local=18&section=Geral&newsID=a2453383.xml 

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