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terça-feira, 12 de outubro de 2010

Policiais que atiraram em carro de juiz têm prisão temporária

Policiais que atiraram em carro de juiz têm prisão temporária decretada

Para juiz do Tribunal do Júri, agentes têm instinto homicida e envergonham a Polícia Civil do Rio

Rio - O juiz Fábio Uchoa, da 4ª Vara Criminal do Tribunal do Júri, decretou, na tarde desta sexta-feira, a prisão temporária dos dois agentes da Polícia Civil, Bruno Rocha Andrade e Bruno Souza da Cruz, indiciados pela Corporação por tentativa de homicídio contra o juiz Marcelo Alexandrino da Costa Santos, de 39 anos, durante uma blitz na Estrada Grajaú-Jacarepaguá, na madrugada do último domingo, dia 4 de outubro.

O juiz trabalhista e sua família seguiam em seu carro, um Kia Cerato, para uma festa na Taquara, Zona Oeste do Rio. Ao ver uma blitz da Polícia Civil, o magistrado tentou retornar pensando ser falsa. Nesse momento, o carro foi atingido por tiros de fuzil. Além de Marcelo, sua enteada, Natália, de 8 anos, e seu filho, Diego, de 11, também foram atingidos.

Para o juiz Fábio Uchôa, os policiais têm instinto homicida e envergonham a Polícia Civil do Rio. Ele disse também que os indiciados não estariam autorizados a fuzilar um veículo em fuga, ainda que conduzidos por marginais, “pois não cabe à polícia aplicar verdadeira pena de morte, a quem quer que seja, simplesmente porque não obedeceu a ordem de parar e pôs-se em fuga, tão somente para satisfazer seu desejo de exibir um poder que, fora dos limites legais, simplesmente não existe”, ressaltou o juiz, citando parte da carta pública divulgada pela vítima Marcelo Alexandrino da Costa Santos e veiculada na internet no dia 6 de outubro.
 
Mesmo baleado, juiz conseguiu dirigit até o Hospital Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, onde acabou batendo em um muro | Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia
Ainda segundo o magistrado, há fundadas razões, de acordo com as provas colhidas até a presente data, de que os indiciados participaram do crime de tentativa de homicídio. Ao decretar a prisão temporária, ele considerou que os suspeitos demonstraram a intenção de prejudicar as investigações ao inventarem uma fantasiosa e falsa alegação de que teria ocorrido uma suposta troca de tiros com marginais. O juiz Fabio Uchôa lembrou também que as vítimas estão amedrontadas e encontram-se reclusas nos hospitais onde estão internadas.

Um dos agentes teria feito um disparo para o alto na tentativa de parar o veículo. De acordo com os policiais que faziam a operação, ocupantes de um outro carro, um Honda escuro, atiraram contra os policiais e teriam atingido o carro do juiz.

Perícia confirma que balas partiram do fuzil do policial


A pericia feita pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) confirmou que as balas que atingiram o juiz e sua enteada de 8 anos partiram do fuzil que estava com o policial Bruno Rocha Andrade. O outro policial, Bruno de Souza da Cruz, também foi indiciado porque fez disparos e sustentou a versão de uma troca de tiros com os ocupantes de um Honda civic.

De acordo com os peritos, os cartuchos arrecadados no local eram dos fuzis que estavam com eles. O agente Bruno Andrade estava com um fuzil IMBEL calibre 5.56 e o outro policial estava com um fuzil Norinco do mesmo calibre. Os fragmentos e balas encontradas no corpo do juiz e o projétil encontrado no corpo da enteada dele partiram da arma que estava com Bruno Andrade.

Em carta, juiz critica ação de agentes

A assessoria de imprensa do Hospital Pasteur, no Méier, Zona Norte, divulgou, na tarde desta quarta-feira, uma carta escrita pelo juiz Marcelo Alexandrino da Costa Santos, de 39 anos, que foi baleado durante uma blitz, na madrugada do último domingo, na Estrada do Pau Ferro, próximo à Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá. O juiz agradece as vibrações positivas e fala sobre um "agente público, que de nós deveria cuidar, disparando arma de fogo, com a intenção de matar, contra um casal de bem e suas crianças inocentes apenas para satisfazer seu desejo de exibir um poder".

Leia a carta completa do juiz Marcelo Alexandrino da Costa Santos abaixo:

“Às milhões de pessoas que, no Brasil e no mundo, têm-nos enviado mensagens e pensamentos de preocupação, carinho e solidariedade:

Eu e toda a minha família, do fundo de nossos corações, agradecemo-lhes e pedimos que continuem orando e nos enviando vibrações positivas, pois, apesar da distância, a tremenda energia que acompanha seus pensamentos nos tem ajudado a seguir em frente, vencendo a cada dia uma nova batalha contra todo o sofrimento físico, emocional, mental e espiritual que temos atravessado.

Todos os dias e em todas as horas, o planeta assiste às mais variadas violações dos Direitos Humanos. Porém, nada há de mais aterrador do que a imagem de um agente público, que de nós deveria cuidar, disparando arma de fogo, com a intenção de matar, contra um casal de bem e suas crianças inocentes apenas para satisfazer seu desejo de exibir um poder que, fora dos limites legais, simplesmente não existe.

Já é passado o momento da mudança. Já não se deve mais aceitar o inaceitável. Já não se pode mais observar a violência e o mau exercício da autoridade pública como convidados bem-vindos a nossas vidas.

Portanto, que essa vibração positiva que nos tem sido enviada se estenda também a todos os seres humanos, a fim de que, da criação de espaços de resistência, onde impere a dignidade, possa nascer uma sociedade verdadeiramente livre, justa e igualitária.

Por fim, não podemos deixar de registrar nossa gratidão a todos os profissionais dos hospitais em que estamos internados. Sua dedicação é confortante e nos inspira a confiança em um amanhã sempre melhor.

Mais uma vez, muito obrigado. Marcelo Alexandrino da Costa Santos e família”

De acordo com a assessoria do hospital, o juiz ainda permanece internado num quarto particular, sem previsão de alta hospitalar. Ele está lúcido, respirando espontaneamente (sem aparelhos) e, além da equipe médica recebe acompanhamento fisioterápico e psicológico.

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