Na chacina que matou o DJ Lah
Publicado em 17 de janeiro de 2013 às 5:25 pm ·Outros quatro policiais também são investigados por suposta execução de um adolescente no último domingo
Da Redação
Bar onde ocorreu a primeira chacina de 2013 fica de frente para a casa onde o servente foi executado por PMs
A Corregedoria da Polícia Militar investiga oito policiais suspeitos de terem participado de assassinatos na capital paulista este ano. Quatro deles são suspeitos de terem matado um adolescente na Cidade A.E Carvalho, bairro da zona leste. O restante é suspeito de participação na primeira chacina do ano, no Jd. Rosana, bairro da zona sul de São Paulo.
Leia também:
Jardim Rosana grita por paz e justiça
DJ Lah, Alckmin e quem reagiu está morto
DJ Lah é enterrado e amigo afirma que ele não gravou vídeo-denúncia
A chacina, que ocorreu no dia 4 de janeiro, deixou sete pessoas mortas. De acordo com a polícia, 14 homens encapuzados, que chegaram em três carros, realizaram cerca de 50 disparos no interior de um bar. De acordo com testemunhas, no momento dos disparos, um dos executores gritou “polícia”. Após os homens deixarem o local, um carro passou e outros homens recolheram as cápsulas deflagradas nos disparos.
O bar em que ocorreu a chacina fica exatamente na frente da casa onde PM’s foram flagrados, em vídeo, executando o servente de pedreiro Paulo Batista do Nascimento. Entre as vítimas da chacina está o Dj Lah, do grupo de rap Conexão do Morro, que chegou a ser apontado como o autor do vídeo-denúncia contra os policiais. Porém, a informação não foi confirmada.
Apesar das cápsulas terem sido recolhidas após a chacina, restaram duas que, segundo as investigações, são do mesmo tipo das que são usadas pelo batalhão responsável pelo policiamento na região.
“Logo após o crime, consta, segundo depoimentos, que um veículo passou no local arrecadando cápsulas no chão, logicamente tentando frustrar a investigação”, disse o promotor João Carlos Calsavara. “Só que duas restaram no chão [...] e, ao que consta, são lotes da Polícia Militar que pertenceriam ao batalhão da área”, afirmou Calsavara em entrevista ao portal G1.
Os quatro policiais suspeitos estão detidos e assim permanecerão, por cinco dias, na Corregedoria.
Adolescente morto
Os outros quatro PM’s presos são suspeitos de executarem um jovem de 16 anos no último domingo, 13, no Jardim Limoeiro. De acordo com a investigação, o jovem e um amigo roubaram uma casa e fugiram com um carro da residência. Quatro policiais militares avistaram a dupla e iniciaram uma perseguição.
Ao perceberem a presença da polícia, os jovens abandonaram o carro e fugiram a pé em direções diferentes. O jovem foi alcançado e, de acordo com os policiais, reagiu. O jovem teria sido morto durante a troca de tiros. O outro rapaz envolvido no roubo fugiu e não foi encontrado.
Porém, uma testemunha ligou para a Corregedoria da PM e disse que viu quando os policiais arrastaram o jovem para um terreno baldio na rua Roque Estela. De acordo com esta versão, foi lá que os policiais executaram o jovem. Existem marcas de tiros no muro do local.
Em nota, a PM informou que os policiais Washington José Custódio, Alex Silva Alves, Amauri Azevedo Goulart e Carlos Alberto Ferreira da Silva estão detidos.
Com informações do portal G1.
Nenhum comentário:
Postar um comentário