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sábado, 19 de janeiro de 2013

Policial corrupto permitia que traficante

Atirasse em colegas: "se tiver que atirar, atira", conta subsecretário...
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O subsecretário de Inteligência da secretaria de Segurança Publica do Rio de Janeiro, Fábio Galvão, relatou uma gravação interceptada pela força-tarefa que investiga desde a abril a atuação de policiais corruptos do 15º BPM (Duque de Caxias). "Durante uma operação policial realizada por PMs que não estavam no esquema, flagramos a conversa telefônica de um policial envolvido falando para o traficante: 'se tiver que atirar, atira'", contou Galvão.
Galvão participou da coletiva na manhã desta terça-feira (4) para informar detalhes da Operação Purificação, que já prendeu 63 policiais militares oriundos do batalhão de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense e 11 suspeitos.
Segundo o subsecretário, mesmo quando os policiais eram transferidos para outros batalhões, eles continuavam tentando subornar os traficantes das comunidades de Caxias. "Eles tentavam enganar os traficantes já que quando os criminosos descobriam que os PMs tinham sido transferidos, paravam de pagar a propina", declarou.
Esquema arrecadava até R$5 mil por dia
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, os policiais corruptos cobravam até R$2.500 de arrego (propina) aos traficantes das comunidades de Duque de Caxias por cada viatura do GAT (Grupamento de Ações Táticas). Como o 15º BPM tem duas viaturas, o valor cobrado aos criminosos poderia chegar a R$5 mil em um único dia.
Ainda segundo a secretaria, quando os traficantes atrasavam o pagamento do arrego, os policiais corruptos agiam em retaliação sequestrando bandidos e seus familiares, apreendendo veículos da quadrilha de traficantes, exigindo dinheiro para devolução, negociavam armas e realizavam operações para prender os criminosos.
De acordo com Ministério Público traficantes foragidos da Justiça negociavam a liberdade com os policiais corruptos. Em uma gravação interceptada pela força-tarefa que coordenou a Operação Purificação, o traficante Willian da Silva, conhecido como Pit conversa com um homem ainda não identificado sobre o pagamento de propina para manter em liberdade o criminoso Jeferson Ferreira Abrantes, o Nando ou Sorriso, responsável pelas bocas de fumo da comunidade Vai Quem Quer. Em uma ligação Pit afirma que PMs pediram R$1,5 mil de Sorriso.
Os policiais extorquiam traficantes das favelas Vai Quem Quer,  Jardim Primavera, Corte Oito, Vila Real, Vila Operário, Beira-Mar, Santuário, Santa Clara, Centenário, Parada Angélica, Jardim Gramacho, Parque das Missões e Complexo da Mangueirinha.
Os 63 PMs presos durante a Operação Purificação foram encaminhados para o presídio de Bangu 8. A operação levou à queda do comandante do 15º BPM, Claudio de Lucas Lima, exonerado do cargo. Em seu lugar, assumiu nesta manhã o coronel  Maurício Farias da Silva, que era chefe do Centro de Manutenção de Materiais da Polícia Militar.
Cerca de mil policiais militares e federais participaram da ação nesta terça-feira. 


 UOL Notícias





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