Edição do dia 01/08/2012
01/08/2012 21h02 - Atualizado em 01/08/2012 21h02 Para justificar mortes de jovens..
O pai de uma das vítimas investigou o caso e reuniu provas de que o filho e o amigo não morreram em um tiroteio, como disseram os PMs.

O pai nunca acreditou na versão dada pela polícia para a morte do filho. Segundo policiais militares, o filho dele, César Dias de Oliveira, e um amigo, Ricardo Tavares da Silva, os dois de 20 anos, foram mortos depois de trocar tiros com PMs.
“Saí do hospital com meu filho morto e fui direto para a cena do crime. Mostrei para alguns policiais que estavam no local que a história não estava batendo com o que eles contaram”, disse Daniel Eustáquio de Oliveira, pai de César.
De acordo com os policiais, César, que estava de moto com o amigo, não cumpriu a ordem de parar. Os PMs contaram que os dois atiraram contra eles e só depois foram baleados. Daniel Eustáquio conversou com moradores do bairro e ouviu que, naquela madrugada de 1º de julho, policiais entraram em confronto com traficantes em uma favela próxima.
A promotoria acredita que os jovens podem ter sido confundidos com criminosos e que os policiais simularam um confronto. “Eles quiseram mascarar esse crime, ou seja, quiseram modificar os fatos, inventar situações, armas e outras condições para dizer claramente que estavam se defendendo daqueles que foram mortos, e que teriam atirado neles.”, afirma o promotor José Carlos Cosenzo.
O pai de César conseguiu levar testemunhas para depor no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). As investigações da Polícia Civil mostram que os jovens estavam desarmados e que eles não trocaram tiros com os PMs.
Os cinco policiais militares que participaram da ação foram presos e vão responder por homicídio doloso, aquele com intenção de matar.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, falou sobre o caso: “Todo caso de confronto em que haja morte quem investiga é o DHPP. Não há nenhuma hipótese de ter qualquer tipo de cobertura, de ação indevida”.
“Meu filho nunca foi nem nunca vai ser um bandido. No nosso coração ela é o César meninão, humilde, simples, bom, com coração de criança. Esse é o César que eu guardo no meu coração”, disse Daniel Estáquio de Oliveira.
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